Numa carta à vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinis, e outros responsáveis da União Europeia, o ministro das Migrações grego, Notis Mitarachi, disse que as alegações surgiram após um incidente nas águas turcas, a 30 de julho, que provocou três desaparecidos.
A guarda costeira grega resgatou outros 10 migrantes, nove em águas turcas e um que conseguiu nadar até águas gregas.
No documento, Mitarachi afirmou que a guarda costeira turca detetou e aproximou-se de um bote insuflável após o mesmo ter deixado a costa turca em direção à ilha grega de Lesbos.
"De acordo com depoimentos, não só [a guarda costeira turca] não tentou deter [a embarcação], mas permitiu que continuasse o seu caminho, de entrar ilegalmente em águas da União Europeia", vincou na carta divulgada pelo Ministério da Migração.
Mitarachi disse ainda que o navio-patrulha turco levantou ondas que fizeram o bote virar.
"Depois, em vez de realizar imediatamente uma operação de busca e salvamento, a embarcação turca deixou o local", denunciou.
Estes dois países são rivais regionais históricos e trocam frequentemente acusações sobre o tratamento de pessoas que fogem da guerra ou da pobreza no Médio Oriente, África e Ásia na procura de atravessar a Turquia para chegar às ilhas próximas da Grécia em pequenas embarcações fornecidas por redes de contrabando.
Num acordo assinado em 2016 com a União Europeia, a Turquia comprometeu-se a controlar os movimentos migratórios em direção à Europa, depois de cerca de um milhão de pessoas terem entrado no continente através da Grécia em 2015.
Vários grupos de defesa dos direitos humanos e também migrantes têm acusado repetidamente a Grécia de realizar deportações sumárias ilegais de pessoas que chegam às ilhas sem lhes dar a hipótese de solicitar asilo.
As autoridades gregas negam veementemente a acusação, mas dizem patrulhar robustamente as fronteiras.
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