A decisão dos Estados Unidos "põe em perigo a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e as relações entre a China e os Estados Unidos", acusou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.
Na última quarta-feira, o Departamento de Estado dos EUA aprovou a venda a Taiwan de 40 veículos de artilharia autopropulsada M109A6, munições, peças de reposição e respetivo treino para a utilização do equipamento.
Em comunicado, o Governo chinês apontou que Taiwan é "parte inseparável do território chinês". A aprovação da venda de armas envia um "sinal errado" às "forças separatistas" da ilha, lê-se na mesma nota.
Pequim pediu aos Estados Unidos que suspendam a venda de armas a Taiwan e a colaboração militar com o território, que funciona como uma entidade política soberana.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Pequim ameaça a reunificação pela força.
A venda de armamento acontece num contexto de crescentes tensões sino-norte-americanas sobre várias questões, incluindo Hong Kong, comércio ou os direitos humanos.
A Administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manteve, até à data, a política de rivalidade com a China, traçada pelo seu antecessor, Donald Trump.
Desde 2016, Taiwan comprou mais de 16,7 mil milhões de dólares (cerca de 14,1 mil milhões de euros) em armamento aos Estados Unidos.
De acordo com representantes do Departamento de Estado dos EUA, citados pelo jornal South China Morning Post de Hong Kong, a venda visa "fortalecer a capacidade de autodefesa de Taiwan contra ameaças atuais e futuras".
Em 2019, o Presidente chinês, Xi Jinping, estipulou como objetivo a "reunificação pacífica", mas depois acrescentou que a China "reserva-se a optar por todos os meios necessários".
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