"Resposta para quase todas as perguntas sobre a China é a Índia"

O ex-primeiro-ministro australiano e atual enviado especial para o comércio, Tony Abbott, disse hoje que um acordo de livre comércio entre o seu país e a Índia sinalizaria o "afastamento do mundo democrático da China".

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Lusa
09/08/2021 08:54 ‧ 09/08/2021 por Lusa

Mundo

Austrália

 

Abbott visitou Nova Deli, na semana passada, como enviado especial da Austrália para o comércio, numa altura em que o governo australiano almeja um acordo comercial bilateral com a Índia.

Num artigo de opinião publicado hoje no jornal The Australian, Abbott disse que a "resposta para quase todas as perguntas sobre a China é a Índia".

"Com a outra superpotência emergente do mundo a tornar-se mais beligerante dia após dia, é do interesse de todos que a Índia ocupe o seu lugar de direito entre as nações o mais rápido possível", escreveu Abbott.

"Como os acordos comerciais tratam tanto de política quanto de economia, um acordo rápido entre a Índia e a Austrália é um importante sinal de que o mundo democrático se está a distanciar da China, além de impulsionar a prosperidade de longo prazo de ambos os nossos países", acrescentou Abbott.

Abbott foi primeiro-ministro quando a China e a Austrália finalizaram um acordo bilateral de livre comércio que entrou em vigor em 2015. Ele também recebeu uma visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, um ano antes.

Desde então, as relações deterioraram-se rapidamente, após a Austrália ter banido o grupo chinês das telecomunicações Huawei da rede 5G, legislado contra a interferência estrangeira secreta na política australiana e apelado a uma investigação independente sobre as origens da pandemia da covid-19.

Abbott acusou Pequim de "boicotes caprichosos" às exportações australianas, incluindo carvão, cevada, vinho e frutos do mar, que expuseram o uso chinês do comércio como "arma estratégica".

"O problema fundamental é que o poder assustador da China é uma consequência da decisão do mundo livre de convidar uma ditadura comunista para as redes de comércio global", disse Abbott.

"A China explorou a boa vontade e o pensamento positivo do Ocidente para usurpar as nossas tecnologias e minar as nossas indústrias, e, no processo, tornou-se um competidor muito mais poderoso do que a antiga União Soviética jamais foi, porque agora é uma economia de primeira classe que está a desenvolver rapidamente o exército e preparar-se para uma luta por Taiwan, uma democracia pluralista de 25 milhões que é a prova viva de que não há um gene totalitário no ADN chinês", acrescentou Abbott.

A embaixada chinesa na Austrália não respondeu a ainda ao artigo de Abbott.

As negociações entre a Índia e a Austrália sobre um Acordo Abrangente de Cooperação Económica começaram em 2011, mas foram suspensas em 2015.

A Índia está particularmente preocupada com o comércio mais livre nas exportações agrícolas australianas. A exigência de Nova Deli por vistos menos restritivos para trabalhadores indianos é um grande obstáculo para a Austrália.

O atual primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, e o seu homólogo indiano, Narendra Modi, elevaram o nível da relação bilateral, no ano passado, com vários acordos, que fortaleceram os laços de defesa e comprometeram as duas nações a expandir o comércio.

Abbott visitou a Índia, na semana passada, para "impulsionar o relacionamento económico no seu pleno potencial, para o benefício mútuo do povo indiano e australiano", disse o alto-comissário australiano na Índia, Barry O'Farrell, em comunicado.

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