Bielorrússia: Washington vai anunciar novo pacote de sanções

Os Estados Unidos vão anunciar hoje um novo pacote de sanções contra indivíduos, empresas e entidades da Bielorrússia, aumentando a pressão contra o regime autoritário de Alexander Lukashenko, disse um alto responsável da Casa Branca.

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Lusa
09/08/2021 16:05 ‧ 09/08/2021 por Lusa

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Bielorrússia

 

Um ano após a reeleição do Presidente da Bielorrússia para um sexto mandato, que considera "fraudulenta", Joe Biden vai assinar um decreto que reforça o regime de sanções norte-americanas em vigor desde 2006, alargando-o a vários setores chave da economia do país, segundo a mesma fonte em declarações à agência France-Presse.

O anúncio norte-americano ocorrerá depois da conferência de imprensa anual do Presidente bielorrusso, que proclamou mais uma vez a sua vitória numa eleição "completamente transparente" face a uma oposição que preparava um "golpe de Estado".

Washington vai penalizar a empresa pública Balruskali OAO, um dos maiores produtores de fertilizantes à base de potássio do mundo, "fonte de enriquecimento ilegal do regime", segundo a mesma fonte.

As sanções visam também "dirigentes económicos que apoiam o regime", bem como 15 empresas às quais estão ligados, entre as quais o banco privado Absolutbank, e "entidades" ativas na indústria do tabaco, da construção, energia e transporte.

Visado é igualmente o Comité Nacional Olímpico da Bielorrússia, depois da velocista Krystsina Tsimanouskaya dizer que foi vítima de uma tentativa de repatriamento forçado dos Jogos Olímpicos de Tóquio, por ter criticado responsáveis desportivos do país.

A jovem, que diz recear a prisão, está agora na Polónia, vizinha da Bielorrússia e apoiante da oposição exilada.

Além deste escândalo que ilustra "a incapacidade (da instituição) de proteger os atletas da repressão política", os Estados Unidos acusam o Comité Olímpico bielorrusso de "facilitar o branqueamento de dinheiro".

As sanções são a consequência da "ofensiva contínua contra as aspirações democráticas e os direitos do povo da Bielorrússia", mas também das "violações das regras internacionais" e da "corrupção" do regime, indicou o alto responsável norte-americano.

Os Estados Unidos apelam a Alexander Lukashenko para "libertar imediatamente todos os presos políticos" e iniciar um "diálogo" com a oposição visando a organização de presidenciais livres, caso contrário, disse a referida fonte, "a administração norte-americana continuará a usar" o seu poder de decretar sanções.

O Reino Unido também reforçou hoje as suas sanções contra a Bielorrússia, visando em particular as indústrias chave dos produtos petrolíferos e dos fertilizantes, enquanto o governo alemão criticou o Presidente bielorrusso por ter "sequestrado todo o país" desde agosto de 2020.

A repressão violenta dos protestos que se seguiram às presidenciais de 9 de agostos de 2020 e as detenções de opositores na Bielorrússia levaram igualmente a União Europeia a impor sanções ao governo bielorrusso e a indivíduos e empresas do país.

Lukashenko reconheceu hoje numa conferência de imprensa designada "Grande Conversa com o Presidente" que o país teve um ano difícil após aquelas eleições.

"Hoje, a Bielorrússia está no centro das atenções de todo o mundo. Como e porquê sabem melhor do que eu. Quero apenas dizer que não foi de livre vontade. Tivemos um ano difícil", disse Lukashenko em Minsk, citado pelas agências EFE e Associated Press.

O líder bielorrusso disse os acontecimentos do último ano puseram à prova a "unidade nacional da Bielorrússia" e fortaleceram a cooperação entre o país e a Rússia, advertindo o Ocidente contra novas sanções a Minsk, por considerar que poderão afetar os países que as impõem.

Leia Também: Londres reforça sanções um ano após eleição contestada de Lukashenko

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