Segundo o 'site' de informação israelita Walla News, Burns deverá encontrar-se com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, assim como com o novo chefe dos serviços secretos externos israelitas, Mossad, David Barnea, para discutir o programa nuclear iraniano e as atividades de Teerão na região, num contexto de recrudescimento das tensões entre os dois países inimigos.
Questionado pela agência France-Presse, um porta-voz do chefe do Governo confirmou a visita do diretor da CIA a Israel, sem dar pormenores sobre os assuntos que serão abordados nos encontros.
Burns tem também previsto um encontro na quinta-feira com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, em Ramallah, indicou à AFP um responsável palestiniano.
O Walla News refere igualmente uma reunião com o chefe do serviço de informações palestiniano, Majed Faraj.
A visita do diretor da CIA ocorre numa altura de aumento da tensão entre Israel e o Irão.
A 29 de julho, o MT 'Mercer Street', um petroleiro gerido por uma empresa de um milionário israelita, foi alvo de um ataque de 'drone' (avião não tripulado) ao largo de Omã, que matou um segurança britânico e um membro da tripulação romena.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e Israel responsabilizaram o Irão, que desmentiu qualquer envolvimento.
Na sexta-feira, o comando militar central (Centcom) do exército norte-americano divulgou os resultados de uma investigação, segundo a qual dois 'drones' armadilhados erraram o alvo antes de um terceiro, "com explosivos para uso militar", atingir o navio.
Os especialistas norte-americanos "concluíram, com base em provas", que aquele 'drone' "tinha sido fabricado no Irão, considerando ainda que "a distância entre a costa iraniana e o local" do ataque era comparável à do alcance de anteriores ataques com 'drones' atribuídos a Teerão.
Diplomata de carreira, William Burns esteve na origem, na administração de Barack Obama, de uma reaproximação ao Irão, conduzindo negociações secretas em 2011 e 2012 em Omã com este país que não tem relações diplomáticas com os Estados Unidos.
Estas discussões permitiram as posteriores, oficiais, entre o Irão e as grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China), que levaram ao acordo de 2015 sobre o nuclear iraniano, ao qual Israel se opôs e do qual o antigo presidente Donald Trump se retirou.
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