Tribunal "congela" demolição de casas palestinianas em Jerusalém Leste
Um tribunal de Jerusalém decidiu "congelar" a demolição de casas pertencentes a palestinianos num bairro do leste da cidade, ocupado por Israel, decisão considerada hoje como um "avanço, mas não uma vitória" pelo advogado dos residentes em causa.
© Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Jerusalém
Israel ordenou a demolição de cerca de 100 casas em Silwan, um bairro palestiniano nos arredores da Cidade Velha, em Jerusalém, alegando que foram construídas ilegalmente em terrenos públicos.
O Tribunal dos Assuntos Locais de Jerusalém, no entanto, anunciou segunda-feira o "congelamento" das demolições por seis meses, com a juíza Sigal Albo a indicar ter chegado à conclusão "de que há uma margem para conceder um adiamento" do processo.
No entanto, 16 moradias terão de ser demolidas imediatamente.
O adiamento decidido pela justiça é um "avanço, mas não uma vitória", considerou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Ziad Kawar, o advogado que representa os habitantes palestinianos de Silwan, que acrescentou pretender contactar diplomatas estrangeiros para fazer pressão sobre as autoridades israelitas para evitar as demolições.
Atualmente, cerca de 210.000 israelitas vivem em Jerusalém Oriental, uma parte palestiniana da cidade ocupada e anexada pelo Estado judeu de forma ilegal, de acordo com o Direito Internacional.
Mais de 300.000 palestinianos também vivem nesta parte da cidade, que desejam tornar a capital do Estado a que aspiram.
Segundo Kawar, os residentes que representa estão a tentar registar retroativamente as suas casas, construídas sem licença, junto das autoridades.
"Mas não é possível receber autorizações aqui", lamentou.
As casas a serem demolidas estão localizadas onde Israel planeia construir um parque dedicado ao rei David, que, de acordo com a tradição judaica, estabeleceu a capital no mesmo local há 3.000 anos.
A decisão de atrasar o processo por seis meses foi tomada dez dias depois de o Supremo Tribunal israelita ter adiado a decisão relativa às famílias palestinianas ameaçadas de despejo em favor de colonos israelitas em Sheikh Jarrah, outro bairro de Jerusalém Oriental, um caso que gerou um surto de violência em maio.
Segundo a Ir Amim, uma associação israelita que monitoriza a evolução dos colonatos em Jerusalém, até 1.000 palestinos de Sheikh Jarrah e Silwan correm o risco de serem despejados em favor de colonos israelitas.
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