O avanço dos talibãs, que hoje continuaram a conquista de mais capitais de província no Afeganistão, levou o Reino Unido a anunciar na quinta-feira à noite o envio, nos próximos dias, de cerca de 600 militares para retirar os cidadãos britânicos daquele país.
Os Estados Unidos também anunciaram o envio de milhares de soldados para Cabul para retirar diplomatas e outros cidadãos norte-americanos face ao avanço rápido dos rebeldes em direção à capital afegã.
Os talibãs conquistaram hoje Pul-e-Alam, a capital da província de Logar, situada a apenas 50 quilómetros a sul de Cabul, depois de Lashkar Gah, capital da província de Helman, Kandahar, a segunda cidade do Afeganistão e capital da província com o mesmo nome, Feroz Koh/Chaghcharan, capital de Ghor, e Tirin Kot, capital do Uruzgan.
Os rebeldes controlam agora quase metade das capitais das 34 províncias afegãs, todas conquistadas em apenas oito dias.
Os talibãs lançaram a ofensiva em maio com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, criticou hoje a decisão norte-americana de retirar as suas tropas do Afeganistão, seguida pelas forças da NATO.
"Não era o momento certo, nem a decisão certa a tomar, pois provavelmente a Al-Qaida vai voltar", declarou Wallace à emissora Sky News, declarando-se "preocupado" com o que constitui "uma ameaça" para a "segurança e interesses" britânicos.
O ministro britânico criticou em particular o acordo de retirada inicial assinado em Doha em fevereiro de 2020 entre o ex-presidente norte-americano Donald Trump e os talibãs, considerando que foi um "erro, cujas consequências provavelmente todos iremos pagar".
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