Venezuela. Guaidó avisa que fracasso nas negociações aprofundará crise

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó advertiu hoje que a crise política, económica e social na Venezuela se agravará se fracassar a nova ronda de negociações que a oposição e o Governo de Nicolás Maduro iniciaram sexta-feira.

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Lusa
14/08/2021 19:21 ‧ 14/08/2021 por Lusa

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"As garantias são para todos os venezuelanos, incluindo aqueles que hoje apoiam Maduro (...) se tentarem fugir a um acordo novamente, o conflito irá infelizmente aprofundar-se e a pressão irá aumentar. Como já dissemos, o regime há muito que perdeu a capacidade de governar", disse Juan Guaidó num vídeo divulgado pela Internet.

Segundo o opositor, "outra negociação falhada seria aprofundar o conflito que hoje só se compara com países em guerra e em que se sofre tal como nesses conflitos, que se sente no afastamento das nossas famílias, nos refugiados, na fome das nossas crianças".

Guaidó começa explicando que as negociações, para os venezuelanos, representam "a possibilidade de alcançar uma solução, um acordo abrangente para pôr fim à tragédia" que o país está a atravessar.

"Os nossos objetivos são, e continuarão a ser muito claros, alcançar uma solução para a catástrofe nacional, um calendário para eleições livres e justas, que inclua as eleições presidenciais, e atender a emergência humanitária, re-institucionalizar o país através de poderes independentes, o respeito pela Constituição e garantias para todos os venezuelanos", afirma o político.

O opositor sublinha que "este processo, terá, pela primeira vez uma agenda pública", que "o debate terá temas complexos e algumas soluções não serão fáceis".

Também que "é preciso atender a crise imediatamente, mas também de recuperar os nossos direitos, a possibilidade de restabelecer os espaços de luta democrática, de parar a perseguição de quem pensa de forma diferente, de libertar os prisioneiros políticos, de pôr fim à violência e de atender às vítimas, que respeitem o Estado constitucional de Direito e começar a reconstruir e sarar a sociedade".

Juan Guaidó diz ainda que "a contrapartida é uma ditadura".

"Temos o apoio do mundo democrático, que tem mantido um esquema de pressão sobre o regime e pode considerar a sua flexibilização, desde que se traduza em benefícios concretos para todos os venezuelanos, e considerar o levantamento progressivo das sanções, com o cumprimento de um acordo integral (abrangente)", declarou.

"Assumimos e estamos claros que o que fazemos numa situação de vulnerabilidade, porque enfrentamos um regime que foi inclusive apontado pelo Tribunal Penal Internacional", acrescentou Juan Guaidó.

O político alertou que o regime "procurará algum tipo de reconhecimento, para ganhar tempo, para confundir" e pede aos venezuelanos residentes no país e emigrados que "lutem contra a censura" assumindo um papel ativo na divulgação de "informação verificada, oficial".

Representantes do Governo do Presidente, Nicolás Maduro, e da oposição aliada de Juan Guaidó iniciaram sexta-feira uma nova ronda de negociações, no México, sob mediação da Noruega, com a assinatura de um acordo de entendimento.

No documento, manifesta-se a intenção de se chegar a um acordo sobre "as condições necessárias para que se realizem os processos eleitorais consagrados na Constituição, com todas as garantias, entendendo que é uma necessidade levantar as sanções internacionais" impostas contra Caracas.

Na agenda estão temas relacionados com "direitos políticos para todos, garantias eleitorais para todos, o levantamento das sanções, o respeito pelo Estado constitucional, a coexistência política e social, proteção da economia venezuelana, e garantias para a implementação e acompanhamento dos acordos".

A crise política, económica e social na Venezuela, agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.

Segundo diversas organizações, 5,6 milhões de venezuelanos abandonaram o seu país desde 2015, fugindo da crise.

A OEA alertou recentemente que o êxodo de venezuelanos poderá atingir os sete milhões até ao primeiro trimestre de 2022, superando os 6,7 milhões do êxodo da Síria.

Leia Também: Governo e oposição da Venezuela arrancam negociações

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