Um oficial do Pentágono, sede da Defesa dos EUA, disse à Associated Press (AP) que o general Frank McKenzie conseguiu em Doha um acordo dos talibãs para que as operações de evacuação no aeroporto possam continuar sem interferência das novas autoridades do Afeganistão.
A mesma fonte disse que McKenzie instou os talibãs a não interferirem com as operações e disse que os militares norte-americanos responderiam com força para defender o aeroporto, se necessário.
A fonte do Pentágono falou à AP na condição de não ser identificada por se tratar de informações sensíveis ainda não anunciadas publicamente.
A mesma informação foi dada à agência France-Presse.
O general Frank McKenzie é o chefe do Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos, conhecido por CENTCOM, que é responsável pelas operações militares norte-americanas no Médio Oriente, Ásia Central e partes do Sul da Ásia.
O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, vai falar hoje à nação sobre a situação no Afeganistão, num dia de cenas de caos no aeroporto de Cabul, com milhares de pessoas em desespero para fugir dos talibãs.
O discurso de Biden, a partir da Casa Branca, está marcado para as 15:45 locais (20:45 em Lisboa), anunciou o seu gabinete.
Os EUA enviaram 6.000 soldados nos últimos dias para o país asiático para ajudar a retirar os civis norte-americanos e os seus aliados afegãos após os talibãs terem tomado Cabul.
No domingo, os EUA completaram a transferência para o aeroporto da capital de todo o seu pessoal da embaixada em Cabul, horas após o lançamento de uma evacuação aérea do complexo que lembrou o que ocorreu durante a queda de Saigão, em 1975.
No final de domingo em Washington (cerca das 06:00 de segunda-feira em Cabul), o Departamento de Estado confirmou ter concluído o processo de transporte dos cerca de 4.000 funcionários da sua embaixada na capital afegã para o aeroporto.
Milhares de pessoas invadiram o aeroporto de Cabul em desespero para sair do país e, hoje de manhã, viveram-se cenas caóticas nas pistas, de que resultaram pelo menos sete mortos.
Alguns dos mortos são pessoas que alegadamente caíram de um avião militar norte-americano a que se tinham conseguido agarrar quando se preparava para levantar voo, admitiram várias testemunhas.
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