"Devido à natureza da crise que o Afeganistão está a viver e aos problemas logísticos de saída de refugiados, não podemos confirmar quando essas pessoas chegarão ao Uganda, mas estamos preparados para recebê-las a qualquer momento", disse a ministra do Estado para a Preparação contra Desastres e Ajuda a Refugiados, citada pela agência Efe.
Esther Anyakun afirmou que o executivo norte-americano cobrirá todos os custos necessários ao transporte e alojamento dos refugiados que sigam para o Uganda.
"No passado fim de semana, o Governo do EUA falou com vários parceiros internacionais, incluindo o Uganda, para ajudar no caso provável de ser necessário acolher temporariamente alguns afegãos", explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.
O Uganda já acolhe 1,5 milhões de refugiados, sobretudo do Sudão do Sul, República Democrática do Congo (RDCongo), Burundi, Somália e Ruanda, de acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Todos os refugiados no Uganda têm autorização para sair dos acampamentos que foram criados e procurar emprego, começar qualquer tipo de negócio, estudar nas escolas e institutos públicos e trabalhar nos hospitais do Estado.
Segundo a ACNUR, esta nação africana tem um dos modelos de acolhimento de refugiados mais generosos do mundo.
"Como ugandeses, orgulhamo-nos de que o nosso país demonstre o compromisso de oferecer um abrigo seguro para os refugiados de qualquer guerra ou conflito", concluiu Anyakun.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos EUA contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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