Entre os detidos estão o presidente e mais dois responsáveis do sindicato dos estudantes da Universidade de Hong Kong.
Os três terão participado numa reunião, no mês passado, durante a qual foi aprovada uma moção que lamentava e "apreciava o sacrifício" de um homem que apunhalou um agente da polícia e depois se suicidou, em 01 de julho.
Perante as críticas à moção, aprovada em 07 de julho, com 30 dos 32 presentes a votar a favor, o sindicato decidiu retirá-la, mas a universidade proibiu este mês o acesso ao 'campus' dos participantes na reunião.
O presidente do sindicato estudantil, Charles Kwok Wing-ho, de 20 anos, repudiou mais tarde a moção, considerando-a como "extremamente inapropriada", enquanto outros líderes do movimento estudantil apresentaram desculpas.
De acordo com o diário South China Morning Post, a polícia considerou o ataque um "ato terrorista" de um "lobo solitário".
Em meados do mês passado, agentes das forças de segurança invadiram as instalações do sindicato de estudantes, no âmbito de uma investigação sobre se o grupo tinha defendido ou incitado o terrorismo.
Ao abrigo do artigo 27.º da lei da segurança nacional de Hong Kong, que Pequim impôs ao território no ano passado, os acusados de incitar ou defender o terrorismo enfrentam uma pena de prisão entre cinco a dez anos, "se as circunstâncias da infração (...) forem de natureza grave".
A lei também prevê penas de prisão perpétua para atos de secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras.
Aprovada por Pequim em 30 de junho de 2020, a lei foi criticada pela União Europeia (UE), Estados Unidos e ONU por violar o princípio "Um país, dois sistemas", acordado na transferência de Hong Kong, em 1997, e que garantia à antiga colónia britânica liberdades desconhecidas no resto da China.
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