"Se vamos reconhecer um governo, temos que esperar até que o governo seja formado", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian.
"Só depois chegaremos à questão do reconhecimento diplomático", observou, em conferência de imprensa.
Zhao reiterou que Pequim espera uma "transição suave", após o retorno dos talibãs ao poder, para evitar mais violência ou um desastre humanitário.
"A China vai continuar a apoiar a reconstrução pacífica do Afeganistão e a fornecer assistência ao desenvolvimento económico e social do Afeganistão, dentro da sua capacidade", disse Zhao.
O porta-voz afirmou que os talibãs devem cumprir com o seu compromisso de não dar abrigo a terroristas ou permitir que elementos estrangeiros operem no seu território, destacando o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que Pequim culpa pelos ataques na região noroeste de Xinjiang, que compartilha uma fronteira estreita e remota com o Afeganistão.
Pequim há muito pede que os EUA deixem o Afeganistão, mas condenou o que chama de retirada "apressada" das forças norte-americanas.
A China procurou ter boas relações tanto com o ex-Governo afegão como com os talibãs, hospedando o principal líder político do grupo, o 'mullah' Abdul Ghani Baradar, durante as conversações com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, no final do mês passado.
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