Biden, que concedeu na quarta-feira uma entrevista ao canal ABC News, destacou que os EUA vão "fazer tudo que estiver ao alcance" para retirar do Afeganistão os norte-americanos e aliados antes de 31 de agosto.
Mas, quando pressionado sobre como o Governo irá agir se, naquela data fixada para a retirada militar dos norte-americanos, ainda permanecerem cidadãos dos EUA naquele país, Biden assegurou que a presença militar irá "ficar até todos saírem".
O chefe de Estado negou também as críticas de que os Estados Unidos deveriam ter feito mais na planificação para a evacuação e retirada, que foi marcada por cenas de violência e caos, enquanto milhares tentavam fugir dos talibãs.
Segundo Biden, não havia maneira dos EUA se retirarem do Afeganistão sem desencadear o "caos".
"A ideia de que poderia haver uma forma de escapar sem causar caos, não sei como isso poderia ter acontecido", revelou também na entrevista.
O Presidente norte-americano ficou na defensiva quando o entrevistador, George Stephanopoulos, o lembrou das imagens de "centenas de pessoas amontoadas num avião C-17" e de "afegãos a caírem" de uma outra aeronave norte-americana a deslocar de Cabul.
Joe Biden apontou que essas eram imagens de "há quatro, cinco dias", apesar de estes dois casos referidos pelo jornalista terem ocorrido na segunda-feira, dois dias antes da entrevista.
Joe Biden admitiu ainda que o seu Governo está a ter dificuldades para retirar do país os afegãos que ajudaram as tropas e militares norte-americanos durante o conflito, apesar dos talibãs terem prometido passagem destes civis até ao aeroporto.
Até 15 mil norte-americanos permaneciam no Afeganistão após os talibãs terem assumido o controlo do país no fim de semana.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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