A maioria dos países da Aliança Atlântica (NATO) já terminou as operações no aeroporto Hamid Karzai, em Cabul, onde se aglomeraram milhares de afegãos na tentativa de deixar o país, depois de os talibãs (extremistas) terem reconquistado a capital ao fim de 20 anos.
A gigantesca "ponte aérea" permitiu a retirada de cerca de 112 mil estrangeiros e afegãos desde 14 de agosto, véspera da tomada de Cabul pelos talibãs, e perto de 117.500 desde o fim de julho, de acordo com o mais recente balanço divulgado pela administração norte-americana.
Portugal recebeu, até agora, 61 refugiados afegãos.
Um grupo de 37 refugiados afegãos, retirados de Cabul, chegou hoje a Lisboa, disse à Lusa fonte do Ministério da Defesa Nacional, depois de na véspera terem aterrado 24 cidadãos afegãos, e suas famílias, que colaboraram com as forças portuguesas que estiveram em missão no Afeganistão e que foram resgatados por quatro militares portugueses deslocados à capital afegã para apoiar a retirada de afegãos do país.
Segundo a agência noticiosa AFP, que cita fontes norte-americanas, cerca de 5.400 pessoas estavam hoje de manhã concentradas no complexo do aeroporto internacional de Cabul, na expetativa de embarcarem num avião.
Temendo um novo atentado suicida, como o que sucedeu na quinta-feira, reivindicado por um braço do grupo 'jihadista' Estado Islâmico e que matou pelo menos 170 pessoas e feriu 150 no aeroporto, os militares norte-americanos começaram a sua retirada final do Afeganistão, de acordo com a agência noticiosa americana AP.
Os corpos dos 13 soldados norte-americanos que sucumbiram no atentado já seguiram para os Estados Unidos, indicou hoje o Pentágono.
Os talibãs retomaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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