"É essencial manter o aeroporto aberto, quer para permitir a ajuda humanitária ao povo afegão, quer para assegurar que podemos continuar a retirar pessoas, as que queriam mas não puderam integrar a operação militar de resgate", declarou à agência France-Presse.
"Estamos todos empenhados em continuar a trabalhar arduamente para os tirar de lá. Não os esqueceremos", adiantou.
O último voo militar norte-americano partiu do aeroporto de Cabul na noite de segunda-feira para hoje, no final de uma operação de resgate que permitiu retirar mais de 123.000 pessoas, essencialmente pessoal dos países aliados e afegãos que com eles trabalharam.
Stoltenberg assegurou que os aliados vão manter a pressão diplomática sobre o novo poder no país para que autorize a saída dos afegãos que se sentem em perigo.
Felicitou a Turquia, membro da NATO, que propôs participar na segurança do aeroporto. O secretário-geral da Aliança Atlântica também agradeceu aos cerca de 800 funcionários civis da organização pela sua ajuda na gestão da ponte aérea.
"Continuaremos a trabalhar com os aliados da NATO e de outros países para ajudar as pessoas a saírem. Os talibãs indicaram claramente que autorizariam as partidas, julgaremos os talibãs pelo que dizem, mas também pelo que fazem", declarou.
"E utilizaremos os nossos meios de pressão política, diplomática e económica para conseguir que as pessoas possam partir. É importante pois os aliados da NATO estiveram lá muitos anos", disse ainda.
Stoltenberg sublinhou, por outro lado, que os membros da Aliança Atlântica irão examinar com atenção o que não funcionou em relação à sua missão de estabelecer no Afeganistão um governo e um exército capazes de fazer frente aos talibãs.
"É uma das perguntas difíceis que temos de nos colocar, à medida que realizarmos um processo de avaliação e análise", declarou à AFP.
"Porque precisamos de compreender melhor o que correu mal, mas também analisar o que conseguimos no Afeganistão, especialmente na luta contra o terrorismo", disse.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país desde 2001, devido ao combate à Al-Qaida na sequência dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
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