Após uma reunião dos 27 ministros do Interior da União Europeia sobre o Afeganistão, Fabrice Leggeri disse à RTL que "foram aprendidas lições da crise de 2015", quando a guerra na Síria gerou um influxo de migrantes para a Europa.
"Temos um bom compromisso entre, por um lado, a necessidade moral e humanitária de proteger o povo afegão e, por outro, a necessidade de proteger as nossas fronteiras externas da União Europeia contra a chegada de pessoas que seriam migrantes económicos e também pessoas que ameaçam a segurança interna da Europa e, em particular, aqueles que estariam ligadas a movimentos terroristas", explicou.
Como o próximo êxodo de afegãos, estimado em 500.000 pelas Nações Unidas, "há o risco terrorista que será particularmente importante", insistiu o direto da agência de fronteiras e guarda costeira, responsável pela luta contra a imigração ilegal às portas da Europa.
Em comparação com o súbito afluxo maciço de migrantes em 2015, pode-se "pensar que desta vez haverá uma pressão migratória gradual", disse Frabice Leggeri, que assistiu a uma reunião em Bruxelas na qual os europeus estavam a tentar encontrar um consenso para harmonizar os critérios de acolhimento dos afegãos.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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