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Governo do Brasil repete anúncio de ações ambientais após pressão

O Governo brasileiro apresentou na terça-feira, diante de uma forte pressão internacional contra a agenda ambiental do Presidente, Jair Bolsonaro, um "novo plano de atuação contra queimadas", mas composto por medidas já anteriormente divulgadas.

Governo do Brasil repete anúncio de ações ambientais após pressão
Notícias ao Minuto

06:01 - 01/09/21 por Lusa

Mundo Ambiente

Numa breve declaração à imprensa, na qual não foi permitido aos jornalistas fazerem perguntas, o Governo federal reuniu três ministros no Palácio do Planalto para anunciar as medidas, com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a admitir que o Brasil precisa de melhorar a sua imagem na área ambiental.

Além de Nogueira, estiveram presentes os responsáveis pela tutela do Ambiente, Joaquim Leite, e Justiça, Anderson Torres.

"Desde a nossa chegada ao comando da Casa Civil, na missão dada pelo Presidente Bolsonaro, prioridade número um entre todas as prioridades que nós tivemos, e na missão que o Presidente nos passou, diz respeito à questão do meio ambiente", disse Nogueira, acrescentando que o Governo irá "aumentar ainda mais a atenção" ao tema, o que dará ao país uma "recuperação de imagem bastante expressiva a nível mundial".

Já Joaquim Leite declarou que o executivo tem as "ferramentas" e "está a atuar de forma contundente para combater a desflorestação".

Entre o conjunto de medidas apresentadas para o combate a queimadas, os governantes indicaram ações já divulgadas anteriormente e algumas já em vigor.

Das medidas já conhecidas, o ministro do Ambiente citou a duplicação do orçamento dos órgãos de fiscalização, disponibilização de 6.000 profissionais para o combate a incêndios, a contratação de 700 novos funcionários para fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a entrega da primeira de 15 viaturas de bombeiros.

A contratação dos novos funcionários já havia sido anunciada pelo vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, numa reunião do Conselho da Amazónia Legal na semana passada.

A declaração dos ministros ocorreu um dia após Bolsonaro - que viu a desflorestação e incêndios no país baterem recordes desde que chegou ao poder, em janeiro de 2019 -, ter afirmado que o seu homólgo norte-americano, Joe Biden, tem "quase uma obsessão pela questão ambiental" e que isso "atrapalha um pouquinho" a relação com o Brasil.

Também na segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, o presidente da Associação Brasileira de Agronegócio, Marcello Brito, fez críticas à atuação do Governo na área ambiental.

"O nosso desafio enquanto país, voltando à nossa querida Amazónia, é chegar na COP [Conferência das Partes sobre o Clima, que acontece em novembro] e apresentar um programa sólido, que tenha começo, meio e fim", afirmou Brito.

"Mas o Brasil vai chegar na COP devendo, vamos chegar lá para dar respostas. E pela segunda vez, vamos chegar a uma COP sem estar entre os líderes, vamos chegar entre os liderados", acrescentou, citado pela imprensa local.

A Amazónia brasileira registou 27.910 focos de incêndio em agosto, cinco vezes mais do que em julho passado, quando 4.977 áreas de incêndio foram registadas, informou na terça-feira o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

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