Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin indicou que a formação de um governo é "um passo necessário para restaurar a ordem no Afeganistão e a reconstrução após a guerra".
Wang confiou que o "Afeganistão criará um governo aberto e inclusivo, lutará com firmeza contra o terrorismo e manterá boas relações com os seus vizinhos".
Pequim "respeita a independência e apoia a escolha do povo afegão de acordo com a sua situação nacional", disse.
No final de julho passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, recebeu uma delegação de líderes dos talibãs, na cidade de Tianjin, no nordeste da China.
De acordo com o texto sobre o encontro publicado então pelo Ministério, Wang disse que os talibãs são uma "força militar e política crucial" no Afeganistão e expressou a sua esperança de que o grupo desempenhe um "papel importante no processo de paz".
O gabinete provisório, anunciado na terça-feira pelos talibãs, é chefiado por Mohammad Hassan Akhund, anunciou o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico.
O cofundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid numa conferência de imprensa em Cabul.
Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o 'mullah' Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o 'mullah' Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.
Leia Também: Retirada do Afeganistão "confrontou UE com a sua dificuldade estratégica"