O exercício, que teve início em 06 de setembro na base militar Queshan, em Zhumadian, na província de Henan, e foi designado como "Destino Comum 2021", contou com a participação dos exércitos da China, Paquistão, Tailândia e Mongólia.
Cerca de mil soldados vestidos com as fardas azuis da ONU foram mobilizados para o exercício, que decorreu num enorme campo de treino rodeado de montanhas.
A fim de recriar condições semelhantes à realidade no terreno, os militares revezaram-se no papel de refugiados, aldeões envolvidos em lutas e militantes armados que atacavam as forças da ONU.
Dezenas de veículos blindados, buldózeres, helicópteros e tanques, todos brancos e com o logótipo da ONU, foram mobilizados para o evento.
Esta é a primeira vez que a China organiza um exercício internacional de manutenção de paz no seu território.
O Ministério da Defesa chinês critica regularmente os Estados Unidos pelo seu "hegemonismo" e "unilateralismo".
"Destino Comum 2021", uma expressão corrente do Presidente chinês, Xi Jinping, visa "demonstrar o apoio da China ao sistema multilateral centrado na ONU", sublinhou o alto responsável militar Lu Jianxin sem, contudo, fazer referência a Washington.
A China tem o maior exército permanente do mundo, com capacidades cada vez mais sofisticadas para desafiar os Estados Unidos, o seu principal rival estratégico global.
O exercício ocorre no 50.º aniversário do reconhecimento da República Popular como representante da China nas Nações Unidas, resultando na expulsão de Taiwan, que Pequim continua a reclamar como seu território a ser colocado sob o seu controlo, se necessário, através da força militar.
O evento ocorre também num momento de tensões prolongadas entre a China e a Índia sobre disputas na fronteira e de incerteza sobre a segurança no Afeganistão depois da retirada das forças norte-americanas e aliadas em agosto.
A China tinha 2.158 militares envolvidos em operações de manutenção de paz em todo o mundo a 31 de julho, de acordo com os últimos dados da ONU.
Isto torna o país asiático no oitavo maior contribuinte mundial em termos de tropas destacadas para missões de paz das Nações Unidas.
Os militares chineses estão envolvidos sobretudo no Sudão do Sul, Mali, Líbano e República Democrática do Congo.
O país participa em operações de manutenção de paz da ONU desde 1990, com o fim da Guerra Fria, e já integrou 25 missões desse tipo.
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