Homem é indiciado em Paris por genocídio no Ruanda
Um homem ruandês de 72 anos, suspeito por envolvimento no genocídio dos tutsis no Ruanda, foi hoje indiciado por um juiz de instrução de Paris (França), por "genocídio" e "crimes contra a humanidade", indicou a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT).
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Mundo Genocídio
Mencionado numa investigação aberta em 2009, Isaak Kamali foi colocado sob o controlo judicial.
De acordo com o comunicado da PNAT, que confirma informações do diário francês Le Parisien, o homem é acusado de "envolvimento no genocídio dos tutsis cometido no Ruanda em 1994, sobretudo na cidade de Guitarama".
Contactada pela agência de notícias AFP, a defesa de Isaak Kamali não quis tecer quaisquer comentários.
Acompanhando também outros crimes contra a humanidade, a PNAT referiu que o suspeito contestou as acusações no primeiro interrogatório judicial.
Nascido no Ruanda em 1949 e naturalizado francês, o homem mora perto de Troyes, no sudeste de Paris, segundo uma fonte próxima do processo.
"É uma surpresa, porque o caso é muito antigo", disse à AFP Alain Gauthier, cofundador do Coletivo de Partes Civis de Ruanda (CPCR), que tinha apresentado uma denúncia contra Isaak Kamali em fevereiro de 2009.
Isaac Kamali foi condenado à pena de morte à revelia em 2003 por um tribunal ruandês, mas a sentença foi depois anulada, devido a alterações na legislação ruandesa, segundo a denúncia do CPCR, consultada pela AFP.
No entanto, continuou a ser observado pela justiça ruandesa.
Em 2008, foi detido no aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle, em Paris, quando voltava dos Estados Unidos da América e Kigali exigiu a sua extradição, pedido rejeitado pela justiça francesa.
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