No encontro participaram o primeiro-ministro talibã, o 'mullah' Hassan Akhund, o chefe da diplomacia, Amir Khan Mutaqi e o responsável pelas Finanças, Hedayatullah Badri, juntamente com os representantes russo, Zamir Kabulov, chinês, Yue Xiaoyong, e o paquistanês, Mohammad Sadiq Khan.
"Durante o encontro foi abordada de forma geral a situação presente e futura do Afeganistão", disse à agência noticiosa Eefde o porta-voz do gabinete político dos islamitas no Qatar, Naeem Wardak.
No encontro também foram debatidas "as relações do Afeganistão e as suas interações com a comunidade internacional", disse.
Este foi o primeiro encontro anunciado oficialmente entre membros do Governo interino dos talibãs com representantes da Rússia, China e Paquistão desde que o grupo anunciou, em 07 de setembro, os postos mais importantes do novo executivo, após terem assumido o controlo de Cabul em 15 de agosto.
A reunião decorreu num momento em que a formação radical islâmica se esforça por garantir reconhecimento internacional e perante as reservas de muitos países à escala global.
A ausência de reconhecimento mantém o Afeganistão e os talibãs isolados geograficamente e sem recursos, após os organismos internacionais terem congelado a maioria dos fundos que eram remetidos para o país asiático.
"O nosso Governo propiciou segurança e controla todo o país, foram concluídos todos os procedimentos internacionais para reconhecer o Estado. Agora é a comunidade internacional que tem a responsabilidade de nos reconhecer", disse hoje o porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid.
Mujahid afirmou, em conferência de imprensa, que o Irão, Qatar, Paquistão e outros países estão a aconselhar os islamitas nesta área.
A reunião com os enviados especiais decorreu no mesmo dia em que os talibãs designaram os restantes membros do seu Governo interino.
Entre os cerca de 20 cargos designados hoje encontram-se apenas alguns representantes de etnias não pachtuns, a maioritária entre os talibãs, e não há nenhuma mulher.
Mujahid assegurou que no futuro "serão nomeadas mulheres para alguns postos", uma promessa similar à emitida em 07 de setembro.
O porta-voz acrescentou que estão "comprometidos com os direitos das mulheres", mas necessitam de mais tempo para elaborar "alguns regulamentos e normas para elas", e assegurou que estão empenhados "em abrir rapidamente" o ensino secundário para raparigas.
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