Crises no Afeganistão, Líbia e Iemen em destaque no 2.º dia da AG da ONU
As crises no Afeganistão, Iémen e na Líbia, dominaram na quarta-feira boa parte da frenética atividade diplomática que decorre em paralelo da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
© Reuters
Mundo Assembleia Geral
O Afeganistão dominou uma reunião privada dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos 20 (G-20), em preparação de uma cimeira que têm prevista sobre este país, em 30 e 21 de outubro em Roma.
Os participantes demonstraram consenso na identificação da entrega de ajuda humanitária à população afegã e da necessidade de evitar que o país volte a converter-se numa base para o terrorismo internacional.
"É necessário que os talibãs cumpram os seus compromissos e persigam a Al-Qaida e outras forças terroristas", disse o ministro chinês, Wang Yi, segundo extratos da sua intervenção divulgados pelo seu gabinete.
Mas este consenso em matéria humanitária e antiterrorista não impediu o aparecimento de importantes diferenças sobre como lidar como governo dos talibãs.
Assim, a China exigiu "aos países responsáveis da atual situação no Afeganistão", referindo-se aos EUA e aliados, que tomem medidas para aliviar as dificuldades do país, começando por desbloquear os ativos que foram congelados depois da tomada do poder pelos talibãs.
Wang disse ainda que os EUA e os membros da NATO devem assumir a principal responsabilidade na gestão dos refugiados e migrantes afegãos, insistindo que a melhor maneira para travar esses fluxos é garantir a recuperação económica do país.
A crise humanitária no Iémen, que segundo a ONU é a pior existente no mundo, motivou outro encontro de ministros, que se saldou pela promessa de 600 milhões de dólares para ajuda humanitária.
Ministros de vários países debruçaram-se também sobre a situação na Líbia, insistindo na realização das eleições previstas para dezembro e que sejam livres e limpas.
Esta insistência foi feita no dia em que o marechal Khalifa Hafter, homem forte do leste do país, transmitiu o comando do exército, o que alimentou especulações de que se vai apresentar às eleições presidenciais.
Dos discursos na Assembleia Geral, mencione-se o do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, transmitido por vídeo, em que criticou as sanções aplicadas ao seu país pelos EUA e pela União Europeia.
Por seu lado, o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, pediu mais investimento estrangeiro, para travar as migrações irregulares na América Central, e o do Uruguai, Luis Lacalle Pou, denunciou "o fornecimento deficitário e não equitativo" das vacinas contra o novo coronavirus.
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