Líbia: Rússia e Egito apelam à retirada gradual de forças do país

A Rússia e o Egito apelaram hoje a uma retirada gradual e sincronizada de todos os grupos armados e unidades militares estrangeiras da Líbia, para salvaguardar o atual equilíbrio de poder, graças ao qual existe um cessar-fogo no país.

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Lusa
04/10/2021 16:25 ‧ 04/10/2021 por Lusa

Mundo

Líbia

O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e o homólogo egípcio, Sameh Shoukri, discutiram hoje a questão numa reunião em Moscovo.

"Discutimos a questão da retirada de todos os grupos armados e unidades militares não líbias do país. A nossa postura é clara: isto deve ser feito de uma forma faseada e sincronizada para evitar o risco de perturbar o equilíbrio do poder, graças ao qual existe um cessar fogo na Líbia há mais de um ano", afirmou Lavrov em conferência de imprensa conjunta.

Há meses que as Nações Unidas insistem na importância de abandonarem o país todos os combatentes estrangeiros alistados pelos dois principais lados do conflito, principalmente mercenários de origem russa e síria.

Em março, após anos de guerra civil, o Fórum para o Diálogo Político na Líbia (FDPL), um órgão não eleito criado 'ad hoc' pela ONU, elegeu um novo Conselho Presidencial e um novo governo transitório para liderar o país até às eleições, marcadas para 24 de dezembro.

Estas novas instituições foram concebidas para colocar fim à bicefalia entre os organismos baseados em Trípoli e em Torbruk (no leste), que não se reconhecem mutuamente e estão em constante conflito político e também militar.

Lavrov salientou o papel da Rússia e do Egito na preparação das eleições e sublinhou que na reunião entre os dois foi ressalvada "a necessidade de mais trabalho para unificar as instituições do Estado e voltar a criar umas Forças Armadas unificadas" na Líbia.

Os dois ministros reafirmaram o papel importante da missão de apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL).

Lavrov e Shoukri discutiram ainda a situação na Síria e o conflito israelo-palestiniano.

Leia Também: Peritos da ONU denunciam crimes de guerra e contra a humanidade na Líbia

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