"Um mundo sem factos significa um mundo sem verdade e confiança", disse Ressa numa entrevista transmitida em direto pelo seu jornal digital de investigação Rappler, que cofundou em 2012 e que dirige.
A jornalista e crítica do Presidente Rodrigo Duterte expressou o seu "choque" com o anúncio do prémio e assegurou que o Rappler "só continuará a fazer" o que tem feito.
"Esta é a melhor altura para ser jornalista", disse Ressa, citada pela agência de notícias France-Presse.
"Estes são os tempos em que é mais perigoso, estes são os tempos em que é mais importante", acrescentou.
A jornalista e o Rappler têm sido alvo de vários processos e investigações devido à publicação de artigos críticos das políticas da administração de Rodrigo Duterte, incluindo a sua guerra contra a droga.
A antiga correspondente da cadeia de televisão norte-americana CNN está atualmente sob fiança, enquanto aguarda um recurso num processo de calúnia.
Em abril deste ano, Maria Ressa recebeu o prémio da UNESCO para a liberdade de imprensa em reconhecimento da sua "luta infalível pela liberdade de expressão".
Maria Ressa, 58 anos, foi distinguida hoje com o Prémio Nobel da Paz juntamente com o jornalista Dmitry Muratov, 59 anos, "pela sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia".
"Ao mesmo tempo, são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal num mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas", disse a presidente do Comité Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen, ao anunciar o prémio, em Oslo.
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