O ministro Israel Katz divulgou um comunicado na noite de terça-feira, horas depois de posições militares a sul de Damasco terem sido bombardeadas pela aviação israelita, segundo informaram as Forças Armadas israelitas (FDI) e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Katz confirmou que a Força Aérea israelita está a "atacar vigorosamente o sul da Síria" como parte da política de Israel para "libertar" o país vizinho.
"E a mensagem é clara: não permitiremos que o sul da Síria se torne o sul do Líbano", acrescentou.
"Não colocaremos em risco a segurança dos nossos cidadãos. Qualquer tentativa das forças do regime sírio e das organizações terroristas do país para se estabelecerem na zona de segurança do sul da Síria será recebida com fogo", concluiu a declaração.
Segundo as FDI, os ataques aéreos atingiram alvos militares no sul da Síria, incluindo "centros de comando e vários locais que continham armas".
"A presença de forças e ativos militares na parte sul da Síria representa uma ameaça para os cidadãos de Israel. As FDI continuarão a operar para remover qualquer ameaça aos cidadãos do Estado de Israel", adianta a mesma fonte.
Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que tem uma vasta rede de informadores dentro do país, informou que aeronaves israelitas realizaram quatro ataques na sede de uma unidade militar a sudoeste de Damasco.
"Ao mesmo tempo, outro ataque israelita atingiu uma posição militar na província de Daraa", no sul da Síria, adiantou a ONG
Jornalistas da AFP relataram fortes explosões e aviões a sobrevoar a capital síria.
O OSDH adiantou que os ataques aéreos israelitas perto de Damasco fizeram "pelo menos dois mortos", sem especificar se as vítimas eram civis ou soldados.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exigiu no sábado "a desmilitarização completa" do sul da Síria.
"Exigimos a desmilitarização completa do sul da Síria pelas tropas do novo regime sírio nas províncias de Quneitra, Daraa e Suweyda. Não toleraremos qualquer ameaça à comunidade drusa no sul da Síria", disse Netanyahu.
Após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro, o Exército israelita assumiu o controlo da parte síria do Monte Hermon, dentro da zona desmilitarizada, ação criticada pela comunidade internacional, que a considerou uma violação do acordo territorial entre Israel e a Síria.
Israel, que vê com desconfiança as novas autoridades sírias, realizou centenas de ataques a instalações militares na Síria desde a queda de Bashar al-Assad, alegando querer evitar que o arsenal do Presidente deposto caísse nas mãos das novas forças.
Leia Também: Mossad considera "ponto de viragem" ataque com pagers ao Hezbollah