Guantanamo "é ponto crítico" para repatriar imigrantes

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, visitou terça-feia a base norte-americana de Guantánamo, no enclave norte-americano na costa sudeste de Cuba, que considerou "crítica" ao processo de repatriamento de imigrantes.

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© Kent Nishimura/Bloomberg via Getty Images

Lusa
26/02/2025 06:42 ‧ há 4 horas por Lusa

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"Este é um ponto de passagem temporário crítico no processamento destes perigosos imigrantes ilegais em preparação para a sua eventual remoção do nosso país", disse Hegseth no X, divulgando também imagens da deslocação, a sua primeira à base desde que tomou posse em janeiro.

 

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a intenção de transformar Guantánamo num gigantesco centro de detenção para 30.000 imigrantes "perigosos".

Hegseth disse ainda que durante a sua visita testemunhou a chegada de novos imigrantes e salientou que o Pentágono está "orgulhoso" por fazer parceria com o Departamento de Segurança Interna (DHS) e o Gabinete de Operações de Detenção e Remoção (ICE) "para expulsar aqueles que infringiram a soberania nacional".

A CNN acrescentou que o governo republicano interrompeu o seu plano de montar tendas na base para abrigar os 30 mil migrantes, por esta infraestrutura não cumprir com os padrões de detenção e por não haver pessoas suficientes para justificar a sua construção, especialmente após os repatriamentos de venezuelanos desde início do mês.

Mais 242 migrantes venezuelanos deportados dos EUA, incluindo pela primeira vez mulheres e crianças, regressaram segunda-feira a Caracas num voo proveniente do México, anunciou o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello.

Este foi, segundo a imprensa local, o terceiro voo com venezuelanos deportados dos EUA que regressam à Venezuela. O primeiro teve lugar em 10 de fevereiro de 2025 com 190 deportados e o segundo em 20 de fevereiro com 177 que tinham sido inicialmente enviados para a base militar de Guantanamo, em Cuba.

O Pentágono sublinhou hoje, num comunicado, que a deslocação de Hegseth ilustra "o empenho do Departamento da Defesa em garantir a segurança e a eficácia operacional" da base e constitui uma "oportunidade para dialogar com as equipas dedicadas que desempenham um papel fundamental na missão da base".

A base de Guantánamo é conhecida pela sua prisão militar, aberta após os atentados de 11 de Setembro de 2001 e onde se encontram ainda detidas 15 pessoas.

Os primeiros prisioneiros suspeitos de jihadismo chegaram a Guantánamo em 2002, no âmbito da "Guerra contra o Terror" lançada pelo ex-Presidente republicano George W. Bush (2001-2009) após o ataque de 11 de setembro de 2001, no qual morreram cerca de 3.000 pessoas.

O centro de detenção tem sido alvo de controvérsia pela tortura de prisioneiros nos seus primeiros anos de funcionamento.

Também tem sido utilizada pelos Estados Unidos para deter imigrantes ilegais, dezenas dos quais chegaram nas últimas semanas.

O Comando Sul dos EUA (que coordena as Forças Armadas do país numa região que inclui Cuba) fez saber na semana passada que os migrantes detidos na base foram deportados para a Venezuela, mas não disse se outros aviões tinham chegado desde então.

Em meados de fevereiro, organizações de defesa dos direitos humanos e de refugiados apresentaram uma ação judicial contra o Governo Trump para obter acesso aos migrantes detidos em Guantánamo, denunciando a falta de informação sobre a duração e as condições da sua detenção.

As Nações Unidas, por sua vez, afirmaram no mês passado que os migrantes só deveriam ser colocados em detenção "em último recurso".

Donald Trump fez da luta contra a imigração ilegal a principal prioridade do seu novo mandato presidencial (2025-2029) e prometeu uma grande campanha de deportações.

Assim que regressou à Casa Branca, a 20 janeiro, declarou o estado de emergência na fronteira entre os Estados Unidos e o México e enviou o Exército para assegurar a sua vigilância.

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