As operações militares sucedem-se em várias partes da região desde quinta-feira, segundo fontes humanitárias, sob condição de anonimato, e os receios de que os combates possam recomeçar em Tigray aumentam.
É uma "ofensiva maciça", afirmou Getachew Reda, porta-voz da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF, na sigla em inglês), cujas forças enfrentam o exército federal etíope no norte da Etiópia há 11 meses.
A ofensiva inclui "artilharia e bombardeamentos aéreos, particularmente através de drones", acrescentou o porta-voz, que denunciou a "concentração de dezenas de milhares de tropas" em Amhara, particularmente nas áreas de Gondar e Wollo.
"Estamos prontos a enfrentar esta ofensiva em todas as frentes, manteremos as nossas posições até que o cerco seja levantado", acrescentou Getachew Reda.
Funcionários da administração estadual em Amhara, fontes federais e militares não responderam aos pedidos de esclarecimento sobre as ofensivas, que não puderam ser verificadas de forma independente pela AFP.
Na passada segunda-feira, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, tomou posse em Adis Abeba para um mandato de cinco anos, num evento em que se comprometeu a prosseguir a guerra em Tigray e estender ao estado etíope rebelde o poder federal, não obstante as críticas internacionais de que tem sido alvo, nomeadamente por parte dos Estados Unidos, um aliado tradicional.
"Nenhuma amizade deve ser feita à custa do sacrifício da honra da Etiópia", afirmou então.
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