O furacão Ida, que atingiu com violência os Estados Unidos entre o final de agosto e o início de setembro, foi particularmente devastador no estado do Louisiana.
As cheias geradas pelas chuvas torrenciais arrastaram e deslocaram caixões e sepulturas dos cemitérios, e mais de um mês depois do Ida ainda há caixões e sepulturas que permanecem fora dos locais onde deveriam estar, adianta a Associated Press.
No entanto, este é um trauma adicional para famílias e comunidades que estão a recuperar do rasto de destruição que a tempestade deixou para trás.
O furacão Ida destruiu quase todas as casas na pequena cidade de Ironton e empurrou caixões e sepulturas do cemitério para as ruas.
“Quando se enterra um familiar, esperamos que esse seja o lugar de descanso permanente”, disse o reverendo Haywood Johnson Jr., cujos restos mortais da mãe e de outros familiares foram deslocados pelas cheias.
“Alguns daqueles túmulos pesam toneladas. A água chegou e deslocou-os como se fossem caixas de cartão, tal foi a força da água”, acrescentou.
Este é um problema comum na sequência de furacões ou cheias devido à localização do Louisiana numa região dos Estados Unidos que é frequentemente atingida por estas tempestades.
O processo de recuperar um caixão ou uma sepultura é apenas o primeiro passo, porque depois os restos mortais têm de ser identificados e é necessário pedir apoio federal para ajudar com os custos de um novo enterro.
Ryan Seidemman, presidente da Cemetery Response Task Force do Louisiana, assinala que é como “abrir feridas velhas”. “As famílias têm de passar por todo o processo de luto de novo”, afirma.
Seidemman estima que pode levar no máximo dois anos para devolver os restos mortais deslocados ao sítio onde estavam.
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