No final de uma cimeira do G20 dedicada ao Afeganistão e organizada pela Itália, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, sublinhou "uma convergência substancial" do grupo das 20 maiores economias mundiais sobre a necessidade de enfrentar a crise humanitária no Afeganistão, anunciando uma ajuda de mil milhões de euros para atenuar o impacto da situação que se vive naquele país.
Os líderes do G20 disseram ainda estar "extremamente focados" na luta contra o terrorismo, durante a cimeira virtual, em que participaram ainda representantes das Nações Unidas e de países vizinhos do Afeganistão, como o Qatar, o Irão e o Paquistão.
"Devemos fazer tudo ao nosso alcance para evitar o colapso humanitário, social e económico no Afeganistão", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num comunicado, divulgado paralelamente à cimeira virtual do G20.
Apesar de julgar que "é cedo para um reconhecimento diplomático" do regime talibã no Afeganistão, o chefe do Governo italiano admitiu que será necessário "algum envolvimento" das novas autoridades afegãs para fazer chegar a ajuda humanitária.
A Casa Branca, por sua vez, disse que os líderes do G20, incluindo o Presidente dos EUA, Joe Biden, permanecem determinados em complementar a ajuda humanitária com uma estratégia eficaz de luta contra o terrorismo.
Para a Presidência francesa, outra preocupação é o "isolamento económico do país (...) e o elevado número de pessoas deslocadas, 600.000", explicando que essa situação tem "um poderoso efeito desestabilizador".
Para a chanceler alemã, Angela Merkel, está fora de questão que a comunidade internacional "continue a assistir passivamente, enquanto 40 milhões de pessoas" no Afeganistão "mergulham no caos por falta de eletricidade e de um" sistema financeiro viável".
O Presidente chinês, Xi Jinping, e o Presidente russo, Vladimir Putin, não participaram na cimeira, enviando representantes em seu nome.
Os líderes do G7 já tinham reunido para discutir a situação no Afeganistão, depois de os talibãs terem chegado ao poder, em agosto, após a retirada das tropas internacionais.
Contudo, Draghi, cujo país detém a presidência rotativa do G20, insistiu em ampliar a participação no debate sobre o Afeganistão, incluindo países vizinhos e organizações internacionais, na busca de uma solução para o agravamento da crise humanitária.
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