Síria: Ancara responsabiliza EUA e Rússia por ataques às suas forças
A Turquia acusou hoje os Estados Unidos e a Rússia de terem uma parte de "responsabilidade" nos recentes ataques contra as suas forças na Síria e na fronteira, reservando-se o direito de ripostar.
© Reuters
Mundo Turquia
"A Rússia e os Estados Unidos têm uma responsabilidade nos últimos ataques visando civis e polícias" lançados a partir da Síria, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, numa conferência de imprensa.
"Faremos o que é necessário para limpar estas regiões de terroristas", adiantou Cavusoglu.
Segundo o chefe da diplomacia turca, os Estados Unidos "falharam as suas promessas" ao treinar e armar os combatentes curdos da Síria.
"Quem fornece armas a estes terroristas? Quem os treina? São vocês", disse, denunciando a "falta de sinceridade" norte-americana.
"Como eles não cumprem as suas promessas, faremos o que for necessário para (garantir) a nossa segurança", acrescentou.
Ancara tem noticiado desde o fim de semana vários ataques visando as suas forças, incluindo o disparo de três mísseis na segunda-feira na província de Gaziantep (sudeste) a partir de uma zona do norte da Síria controlada pelos combatentes das Unidades de Proteção Popular (YPG).
Esta milícia dos curdos da Síria é considerada por Ancara uma ramificação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, proibido na Turquia) e classificada como terrorista, mas as YPG combateram ao lado das forças norte-americanas contra o grupo extremista Estado Islâmico.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já tinha dito na segunda-feira estar pronto a "tomar as medidas necessárias" para eliminar rapidamente as ameaças contra as suas forças.
Para afastar as milícias curdas da sua fronteira, a Turquia invadiu e controla uma parte do território sírio no norte, juntamente com fações sírias, e para enfrentar o avanço de Ancara os curdos contaram com a ajuda das forças do regime de Damasco, apoiadas pela Rússia.
O receio de uma operação militar turca na Síria já fez cair a moeda nacional face ao dólar a níveis sem precedentes.
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou perto de meio milhão de mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.
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