O governante sul-africano, que visitou no final da manhã a área afetada pelas ações de violência, disse que a polícia "terá que deter os responsáveis pelos distúrbios e a destruição de bens", salientando que "as armas usadas terão de ser encontradas".
Nesse sentido, o ministro Bheki Cele adiantou que a polícia vai reforçar os meios e efetivos na área em articulação com o Ministério do Interior e a autoridade tributária sul-africana (SARS, na sigla em inglês), para identificar "estrangeiros indocumentados" em Gqebhera.
"Todas as pessoas que vivem aqui, têm de estar legais no país e aqueles que estão envolvidos em negócios têm de pagar impostos", adiantou o ministro da Polícia sul-africana.
Pelo menos 10 veículos e várias lojas de estrangeiros foram incendiados e vandalizados na cidade portuária de Gqeberha (antiga Port Elizabeth), sudeste do país, após um acidente automóvel envolvendo um condutor somali, segundo a polícia sul-africana e relatos de testemunhas no local.
De acordo com uma porta-voz policial, a violência xenófoba eclodiu na quarta-feira após um acidente automóvel entre uma carrinha táxi e um condutor de um veículo ligeiro.
A África do Sul vive uma calma frágil, com elevada criminalidade e bolsas de violência alimentadas por gangues, corrupção pública endémica, tensões raciais e xenofobia contra estrangeiros.
A violência que atingiu o país em julho durante mais de uma semana de tumultos e pilhagens causou pelo menos 330 mortos e originou mais de 3.400 detenções, segundo a Presidência sul-africana.
Em março deste ano, várias lojas de comerciantes estrangeiros foram pilhadas e vandalizadas com explosivos, na cidade de Durban, litoral da África do Sul, por membros do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), antigo movimento de libertação e partido no poder desde 1994.
Em setembro de 2019, pelo menos 12 pessoas morreram, vítimas de ataques xenófobos na África do Sul, que forçou cerca de 1.500 estrangeiros africanos a abandonarem o país.
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