Segundo um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência noticiosa Interfax, o 'destroyer' norte-americano, que se encontra no Mar do Japão há vários dias, "aproximou-se das águas territoriais da Federação Russa e tentou cruzar a fronteira do Estado".
O ministério referiu que o navio antisubmarino russo 'Admiral Tributs', "agindo dentro da estrutura das regras de navegação internacionais e após vários avisos ao navio estrangeiro, passou a expulsar o intruso das águas territoriais russas".
O 'USS Chafee' mudou de direção e rumou na direção oposta, "quando havia menos de 60 metros entre o contratorpedeiro e o Almirante Tributs", denunciou o Ministério da Defesa russo.
Sempre de acordo com a versão russa, a tripulação do 'Admiral Tributs' alertou o 'USS Chafee' para a "inadmissibilidade de suas ações" através dos canais de comunicação internacionais e notificou também o contratorpedeiro de que se encontrava numa área encerrada à navegação devido às manobras militares da Rússia e da China com fogo de artilharia.
"Em vez de mudar de rumo para sair da área encerrada, [o contratorpedeiro dos Estados Unidos] içou bandeiras coloridas, o que indica a preparação para a descolagem do convés do helicóptero. Isso significava que era impossível mudar de rumo e de velocidade", denunciou Moscovo.
"As ações da tripulação do contratorpedeiro [norte-americano] são uma séria violação das regras internacionais de prevenção de colisões no mar e do acordo intergovernamental Estados Unidos/Rússia sobre a prevenção de incidentes em alto mar e no espaço aéreo assinado em 1972", enfatizou Moscovo.
"Depois de fazer uma tentativa para cruzar a fronteira marítima russa", o navio de guerra dos Estados Unidos mudou de rumo e saiu da área em alta velocidade numa altura em que os dois vasos de guerra estavam a apenas 60 metros um do outro, insistiu o Ministério da Defesa russo.
Em junho, a Rússia indicou que um de seus navios de guerra disparou tiros de advertência e um avião de guerra lançou bombas no caminho do contratorpedeiro britânico 'Defender' para afastá-lo das águas próximas da cidade de Sebastopol, na Crimeia.
A Reino Unido negou as acusações e insistiu que o navio não foi alvejado, garantindo que estava a navegar em águas ucranianas.
As relações da Rússia com o Ocidente caíram para os níveis mais baixos desde a Guerra Fria, após a anexação da Crimeia por Moscovo, as acusações de interferência russa nas eleições norte-americanas e os ataques de piratas informáticos ('hackers), entre outros focos de tensão.
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