Com cerca de 280 mil habitantes, a ilha das Caraíbas elegeu Sandra Mason, de 72 anos, como nova chefe de Estado.
Depois de emendar a Constituição, Sandra Mason fará o juramento em 30 de novembro, data em que a governação do país deixará de estar nas mãos da rainha Isabel II de Inglaterra, conforme relatado hoje pelo Executivo do país caribenho.
Sandra Mason foi a primeira mulher a servir no Tribunal de Recursos de Barbados.
Após ter sido eleita numa sessão conjunta da Câmara da Assembleia e do Senado, Mason disse que havia chegado o momento de Barbados deixar completamente para trás o seu passado colonial.
Barbados não é a primeira antiga colónia britânica nas Caraíbas a converter-se numa república, uma vez que a Guiana se tornou em 1970, seguindo-se de Trinidad e Tobago em 1976 e Dominica em 1978.
As restantes colónias do Reino Unido na região, territórios membros da Comunidade das Caraíbas, optaram pela monarquia constitucional, permanecendo como parte da Commonwealth (Comunidade das Nações) que reúne territórios com relações históricas com Londres.
A monarquia constitucional implica que a monarca britânica é a chefe de Estado.
A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, disse que espera que a eleição de Sandra Mason, como a primeira mulher presidente do país, leve a uma maior unidade na luta contra várias ameaças externas que podem afetar a ilha.
Em defesa da decisão do governo em eleger Sandra Mason, como o primeiro passo para transformar Barbados numa república, a primeira-ministra disse que a eleição é importante para o povo lutar e lidar com dificuldades, como a pandemia e as alterações climáticas.
Mia Mottley alertou que a confluência da pandemia com as alterações climáticas foi uma tempestade perfeita que tem prejudicado a estabilidade e a propriedade de Barbados.
"Estamos muito certos sobre a confiança necessária para enfrentar os desafios que temos pela frente", atentou.
A primeira-ministra ressalvou que uma ilha de 267 quilómetros quadrados como Barbados não consegue lidar com os desafios que enfrenta dividida, razão pela qual, considera, a união é fundamental.
O passo dado por Barbados significa que, a partir de 30 de novembro, quebrará definitivamente as relações políticas com o Reino Unido, após se tornar independente daquele país em novembro de 1966, quando ingressou na Organização das Nações Unidas (ONU).
Até agora, Barbados era uma monarquia constitucional com um parlamento que tinha Isabel II como chefe de Estado e um governador geral como seu representante no território caribenho.
Barbados tem uma população principalmente de origem africana.
O antigo primeiro-ministro Freundel Stuart havia anunciado em março de 2015 e o país substituiria a monarquia pela república em 2016, o que, se acontecesse, teria coincidido com o 50.º aniversário da independência do país.
Leia Também: Gecko viajou quase 6.500 km das Barbados a Inglaterra em sutiã de turista