O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, reafirmou a alegação de longa data da China de que a ilha é parte do seu território, após os comentários feitos por Biden, durante um fórum organizado pela cadeia televisiva CNN.
"Quando se trata de questões relacionadas com a soberania e integridade territorial da China, e outros interesses fundamentais, não há espaço para a China fazer concessões, e ninguém deve subestimar a forte determinação, vontade e capacidade do povo chinês para defender a soberania nacional e integridade territorial", realçou Wang.
"Taiwan é parte inalienável do território da China. A questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China, que não permite intervenção estrangeira", disse.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
Em 1979, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Taipé para reconhecer o Governo comunista baseado em Pequim como o único representante da China. Mas continuaram a ser o principal aliado e fornecedor de armas para o território.
Os EUA devem "ser cautelosos com as suas palavras e ações na questão de Taiwan e não enviar qualquer sinal errado às forças separatistas e pró-independência de Taiwan, de modo a não prejudicarem seriamente as relações China -- EUA e a paz e estabilidade no Estreito de Taiwan", disse Wang.
Os EUA não contestam abertamente a reivindicação da China, mas estão comprometidos por lei a garantir que o território tem capacidade para se defender.
Sob a liderança do Presidente Xi Jinping, que também é líder do Partido Comunista e chefe das forças armadas, a China tem intensificado a pressão militar, diplomática e económica sobre Taiwan.
Durante o fim de semana do Dia Nacional, no início do mês, a China enviou um recorde de 149 aviões militares para o sudoeste de Taiwan, em formações de ataque, levando Taiwan a ativar os seus sistemas de mísseis de defesa aérea.
A China também realizou recentemente exercícios de pouso na costa ao lado do Estreito de Taiwan.
Os EUA reforçaram o seu apoio a Taiwan através da venda de armamento. O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse, este mês, que o apoio norte-americano a Taiwan é "firme como uma rocha".
Os EUA "também deixaram muito claro que estão comprometidos em aprofundar os nossos laços com Taiwan", disse Price.
Na quarta-feira, o diplomata escolhido por Biden para ocupar o cargo de embaixador em Pequim, Nicholas Burns, disse que os cidadão norte-americanos devem "ter confiança na força" dos EUA para lidar com a ascensão da China.
Burns ecoou a posição do governo Biden de cooperar com a China sempre que possível, mas manter uma postura firme relativamente à política de Pequim para Taiwan ou o território semiautónomo de Hong Kong, onde o regime chinês eliminou vozes dissidentes por meio de legislação e prisões.
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