Costa assiste "com tristeza" à despedida de Merkel do Conselho Europeu
O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje assistir "com tristeza" à despedida da chanceler alemã, Angela Merkel, do seu último Conselho Europeu, caracterizando como "decisivo" o seu trabalho nas várias fases da construção da União Europeia (UE).
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"Houve momentos decisivos no processo de construção europeia que felizmente vivemos juntos e onde o contributo dela foi absolutamente decisivo, [como] aconteceu na crise migratória de 2015, onde seguramente sem a senhora Merkel da UE não teria estado à altura da resposta que deu para cumprir os seus deveres de assegurar a proteção internacional a quem dela necessitava", começou por elencar o chefe de Governo.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu marcado pela despedida de Angela Merkel após a participação em 107 cimeiras, António Costa destacou que a chanceler "foi imprescindível na construção da resposta ao covid-19, quer no processo de aquisição de vacinas, quer sobretudo em ter rompido o impasse no debate com os 'frugais' sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual".
"E por ter conseguido não só desbloquear o quadro financeiro plurianual, como criar um plano de natureza extraordinária financiado com uma emissão comum dívida pela Comissão Europeia e que tem uma dimensão só comparável à do Plano Marshall", acrescentou.
"Em todos estes momentos, "foi decisivo o trabalho da senhora Merkel e é por isso que, mais do que a ver como um monumento, a vejo com uma excelente colega e não posso deixar de dizer que tenho tristeza em vê-la partir, embora tenha também uma enorme esperança e confiança naquilo que será a contribuição do próximo chanceler", adiantou o primeiro-ministro.
O Conselho Europeu que hoje terminou em Bruxelas (após ter começado na quinta-feira) foi marcado pela despedida da alemã Angela Merkel, que participou pela última vez num Conselho Europeu, face à formação de um governo de coligação na Alemanha.
Após 16 anos e 107 (de um total de 214) Conselhos Europeus, Merkel despedir-se-á da cena política europeia -- e o mesmo sucede-se com o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, ao cabo de sete anos.
"Eu quando penso na senhora Merkel, penso sobretudo nos seis anos excelentes de trabalho que tivemos desde a primeira reunião logo após a minha tomada de posse e em que estávamos sob procedimento de défice excessivo", disse ainda António Costa, adiantando que a chanceler nessa altura "soube entender o que Portugal estava a fazer e qual era a importância da mudança da viragem da página da austeridade" ao manifestar "confiança" no país.
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