O tema foi espoletado após vários relatos - nos últimos meses e em diversos países, incluindo a China e o Chile - que apontam para ilegalidades nos processos de adoção.
A ministra dos Assuntos Sociais sueca, Lena Hallengren, salientou que a investigação, conduzida por um professor de Direito Civil e com a duração de dois anos, terá um enfoque especial na China e no Chile.
A justiça chilena abriu uma investigação judicial em 2018 para analisar milhares de adoções irregulares por estrangeiros, incluindo cidadãos suecos, durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
"Queríamos esperar pelo que está a suceder no Chile, para evitar investigações paralelas", disse Hallengren, que destacou que o processo neste país sul-americano está a demorar mais do que o esperado.
O jornal diário Dagens Nyheter revelou esta semana que a ditadura de Pinochet usou as adoções como um instrumento para tentar pressionar o Governo sueco, que tinha sido especialmente crítico do regime chileno durante o mandato do ex-primeiro-ministro Olof Palme.
Cerca de duas mil crianças chilenas foram adotadas por suecos entre 1974 e 1990, no âmbito de uma campanha para tentar melhorar as relações entre os dois países e na qual o Centro Sueco de Adoção e grupos suecos de extrema-direita com ele relacionados tiveram um papel relevante.
De acordo com um relatório de investigadores chilenos citados pelo Dagens Nyheter -- que tiveram acesso a documentos desclassificados da ditadura de Pinochet - as adoções na Suécia ganharam impulso após uma visita a Estocolmo da então ministra da Justiça chilena, Mónica Madariaga, em setembro dos anos 1970.