Expressando "grande preocupação" pela situação naquele país africano -- com o Governo etíope a declarar hoje o estado de emergência -- António Guterres reiterou o seu apelo por uma "cessação imediata das hostilidades e acesso humanitário sem obstáculos, para fornecer ajuda vital urgente", segundo avançou em comunicado o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
O secretário-geral da ONU apelou ainda a um diálogo nacional "inclusivo" para resolver esta crise e "criar as bases da paz e da estabilidade em todo o país".
As autoridades etíopes declararam hoje estado de emergência no país após a oposição de Tigray ter conquistado, no fim de semana, duas cidades próximas da capital, e apelaram também à população para que se prepare para defender a cidade.
"O estado de emergência visa proteger os civis das atrocidades cometidas pelo grupo terrorista TPLF em várias partes do país", relatou a Fana Broadcasting Corporate (empresa de 'media' estatal), referindo-se aos rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray.
A TPLP reivindicou, nos últimos dias, a tomada de Dessie e Kombolcha, duas cidades localizadas a 400 quilómetros de Adis Abeba, segundo a agência noticiosa France-Presse.
A TPLF não negou ter intenções de marchar até à capital e o Governo não confirmou ter perdido o controlo destes territórios.
Se esta conquista se confirmar marca o início de uma nova etapa do conflito que dura há mais de um ano.
As comunicações estão cortadas em grande parte do norte da Etiópia e o acesso é restrito, o que dificulta a verificação independente dos factos no terreno.
Em Adis Abeba, as autoridades pediram aos cinco milhões de residentes que registem as suas armas de fogo no prazo de dois dias e que se preparem para defender a cidade.
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