Berlim descarta acolhimento de migrantes retidos na fronteira polaca

Os migrantes retidos na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia devem ser transportados de volta para os seus países de origem, defendeu hoje um porta-voz do Governo alemão, descartando o seu possível acolhimento na Alemanha.

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Lusa
15/11/2021 15:17 ‧ 15/11/2021 por Lusa

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Migrações

 

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"O que deve acontecer é os migrantes, com o apoio das suas respetivas autoridades nacionais, serem devolvidos em segurança aos seus países de origem", disse o porta-voz Steffen Seibert, durante uma conferência de imprensa em Berlim.

"Estamos contentes por isso ser posto em prática, em casos isolados ou se ocorrer em grande escala", acrescentou Seibert, referindo-se ao anúncio do Governo iraquiano de que iria providenciar um voo de repatriamento desde a Bielorrússia.

Quando questionado sobre o que acontecerá aos migrantes pelos quais os seus governos não se querem responsabilizar, Seibert explicou que, neste momento, as autoridades alemãs não estão a ponderar esse cenário.

Segundo as autoridades polacas, milhares de pessoas estão acampadas na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, a maioria oriundas do Iraque, Síria e Iémen.

Seibert referiu-se de forma abonatória à conversa telefónica entre o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makei.

"É importante que essas conversas ocorram, a fim de se chegar a uma solução humanitária e pacífica para o conflito desencadeado pela Bielorrússia", disse o porta-voz do Governo alemão, que se recusou a esclarecer se a chanceler cessante, Angela Merkel, irá falar telefonicamente com o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Na semana passada, Merkel falou com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu ao líder russo, um reconhecido aliado do regime de Minsk, para intervir na situação da fronteira Bielorrússia-Polónia.

Também Christopher Burger, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, saudou o facto de os esforços do executivo germânico para mediar a situação estarem a produzir efeitos.

Sobre os voos de repatriamento, como o anunciado pelo Iraque, Burger explicou que se trata de um "instrumento importante para aqueles que foram atraídos com falsas promessas de regressar em segurança".

O porta-voz da diplomacia alemã informou que tem havido contactos com as autoridades do Curdistão iraquiano, de onde provém parte relevante dos migrantes, para tentar chegar a um acordo sobre medidas comuns contra as redes de tráfico e de desinformação nas redes sociais.

Sobre o risco de um conflito militar eclodir na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, Burger disse que "ninguém tem interesse em agravar a situação".

"A nível europeu, temos uma caixa de ferramentas abrangente para reagir à situação atual. Ainda não se esgotou, mas é evidente que, na situação atual, não pode haver uma solução militar", concluiu o porta-voz da diplomacia alemã.

Leia Também: Comissão Europeia anuncia progressos contra crise polaco-bielorrussa

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