"Estou à espera que a União Europeia (UE) responda à pergunta sobre os 2.000 migrantes", disse Alexander Lukashenko, citado pela agência de notícias estatal Belta.
Lukashenko disse que pediu à UE para receber esses migrantes e insistiu que a chanceler alemã, Angela "Merkel, prometeu analisar o problema ao nível da UE".
Na quinta-feira passada, a porta-voz da presidência bielorrussa, Natalia Eïsmont, afirmou que Minsk iria trabalhar para repatriar 5.000 dos 7.000 migrantes na fronteira e adiantou que Merkel tinha concordado negociar com a UE a criação de um "corredor humanitário" para levar os restantes 2.000 migrantes para a Alemanha.
Estas declarações foram feitas um dia depois de a chanceler alemã ter falado ao telefone, pela segunda vez em três dias, com o Presidente bielorrusso sobre a crise migratória vivida na fronteira oriental da UE, mas foram depois desmentidas por Berlim.
"A chanceler alemã, Angela "Merkel, prometeu que iam analisar o problema a nível da UE", mas "eles não querem", indicou Lukashenko.
De acordo com o Presidente bielorrusso, as autoridades europeias recusam qualquer contacto sobre o assunto, apesar dos apelos do ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia.
"Temos de exigir aos alemães que os recebam [aos migrantes]", disse Lukashenko.
A Europa acusa a Bielorrússia de criar artificialmente a crise migratória em curso ao atrair migrantes - principalmente do Médio Oriente - e levá-los para a fronteira, prometendo-lhes uma entrada fácil na Polónia, na Lituânia ou na Letónia, ou seja, na UE, como retaliação pelas sanções impostas ao regime de Lukashenko.
A Bielorrússia rejeita a acusação e acusa por seu turno a Polónia e a UE de violar os direitos humanos ao não acolher os migrantes.
Milhares de migrantes, a maioria dos quais curdos iraquianos, estão há vários dias acampados na floresta húmida e fria da fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, na esperança de entrar na União Europeia.