Chefe da AIEA visita Teerão em busca de "terreno de entendimento"
O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou hoje procurar um "terreno de entendimento" com o Irão, após o aumento pelo regime iraniano do seu armazenamento de urânio altamente enriquecido em resposta às sanções norte-americanas.
© Lusa
Mundo Energia Atómica
A visita de Grossi surge a menos de uma semana do reinício em Viena das negociações para recuperar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano, suspensas desde junho.
Após a sua chegada a Teerão na noite de segunda-feira, Grossi encontrou-se com o chefe da Organização Iraniana de Energia Atómica (OIEA), Mohammad Eslami, e o chefe da diplomacia, Hossein Amir-Abdollahian, que apelou à não politização das discussões.
"O nosso trabalho foi intenso (...). Prosseguiremos as nossas negociações para encontrar um terreno de entendimento", afirmou Grossi em conferência de imprensa conjunta com o chefe da OIEA.
A deslocação de Grossi ocorre após a AIEA ter detetado na semana passada um nítido aumento do aumento do armazenamento de urânio altamente enriquecido por Teerão, e que tem suscitado a inquietação ocidental.
Segundo um relatório da instância da ONU consultado pela agência noticiosa AFP, a quantidade de urânio acumulado ultrapassa agora mais de doze vezes o limite autorizado pelo acordo de 2015, e foi calculada no início de novembro em 2.489,7 quilogramas.
Este relatório será examinado no decurso do Conselho de governadores da AIEA, que se inicia na quarta-feira, alguns dias antes do regresso dos negociadores a Viena na próxima segunda-feira para tentar salvar o acordo de 2015. Os Estados Unidos vão participar de forma indireta nas conversações.
O histórico acordo de 2015, designado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, assinado entre Teerão e os EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e ainda Alemanha) garantia ao Irão uma suavização das sanções ocidentais em troca de um controlo estrito do seu programa nuclear, sob supervisão de inspetores da agência das Nações Unidas.
Em represália pela retirada dos Estados Unidos do JCPOA, em 2018, e pela nova imposição de severas sanções pela administração do então Presidente Donald Trump, o Irão abandonou a maioria dos seus compromissos.
Após a sua eleição, o Presidente dos EUA, Joe Biden, que sucedeu a Donald Trump, afirmou pretender o regresso de Washington ao acordo, na condição de que o Irão regresse à aplicação das restrições ao seu programa nuclear.
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