"Cerca de dez tripulações de aviões e navios da base naval Novorossiysk da Frota do Mar Negro, incluindo o navio patrulha 'Vasily Bikov' e os navios antissubmarinos 'Kasimov' e 'Yeisk', participaram nos exercícios", disse o Ministério da Defesa à agência noticiosa russa Interfax citada pela EFE.
Os exercícios decorreram numa altura em que a Ucrânia acusa a Rússia de reunir mais de 90.000 soldados perto das suas fronteiras e de se preparar para um ataque no início de 2022.
Moscovo negou estas acusações e disse que Kiev está a agitar tensões na região a fim de resolver "pela força" o conflito no Donbass, que começou em 2014, entre separatistas apoiados pela Rússia e o exército ucraniano.
As manobras navais coincidiram com exercícios militares ucranianos na cordilheira Shiroki Lan, na região de Nikolaevsk, no sul do país.
Os exercícios russos envolveram caças Su-27SM3 e Su-30M2 da região de Krasnodar, que realizaram voos de treino sobre o Mar Negro.
"Os pilotos realizaram missões para repelir um ataque aéreo inimigo a uma base naval e responder a navios inimigos em interação com as forças da Frota do Mar Negro", disse o Ministério da Defesa russo.
Na terça-feira, dois navios-patrulha entregues pelos Estados Unidos às forças navais ucranianas chegaram ao porto de Odessa, no sul da Ucrânia.
Juntamente com outros dois navios do mesmo tipo recebidos por Kiev em 2019, esses barcos-patrulha terão a tarefa de "garantir a segurança naval" da Ucrânia nos mares Negro e Azov, informou o Ministério da Defesa ucraniano.
No mesmo dia, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou os Estados Unidos e os países membros da NATO de fazerem chegar à Ucrânia "conselheiros militares e armamento".
"Tudo isso leva a um agravamento das tensões", disse Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse.
Peskov também acusou Kiev de se estar a preparar para um possível ataque militar nas regiões controladas pelos separatistas.
Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de agravar a situação "ao entregar armas modernas a Kiev e ao realizar exercícios militares provocatórios no Mar Negro e noutras regiões" perto da fronteira russa.
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, reagiu, dizendo que Kiev apenas precisa de armas defensivas ocidentais por causa da "agressividade" de Moscovo.
O conflito com forças separatistas na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia - que eclodiu logo após a anexação da Crimeia por Moscovo, em 2014 -- já provocou mais de 13.000 mortos.
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