A situação levou o governador-geral do arquipélago do Pacífico, a declarar um recolher obrigatório noturno na capital por um período indeterminado.
Hoje, milhares de pessoas, algumas armadas com machados e facas, atacaram o bairro chinês e o centro de negócios da cidade.
Alguns edifícios foram incendiados e lojas saqueadas enquanto a Austrália mobilizava uma força de manutenção da paz.
As Ilhas Salomão, que desde 1983 têm laços diplomáticos com Taiwan, optaram, em 2019, por romper com o território para reconhecer o Governo em Pequim como o único legítimo representante de toda a China. A China considera Taiwan uma das suas províncias, embora a ilha opere como uma entidade política soberana.
A decisão do Governo das Ilhas Salomão provocou o ressentimento de uma parte da população, que mantinha relações próximas com Taipé.
Na quarta-feira, centenas de pessoas protestaram para exigir a renúncia do primeiro-ministro, Manassah Sogavare, antes de seguirem para o distrito que reúne a comunidade chinesa na capital das Ilhas Salomão.
Os manifestantes incendiaram uma esquadra da polícia e saquearam lojas, até que a polícia interveio, lançando gás lacrimogéneo.
O primeiro-ministro Sogavare, que lamentou na quarta-feira o "triste e infeliz acontecimento que visa derrubar um governo democraticamente eleito", garantiu que permanecerá no poder.
Manifestantes da vizinha ilha de Malaita teriam participado da violência para protestar contra a decisão, em 2019, de transferir o reconhecimento diplomático de Taiwan para a China.
Independentes da Grã-Bretanha desde 1978, as ilhas mergulharam na violência entre diferentes grupos étnicos no início dos anos 2000.
Novas tensões levaram ao envio, entre 2003 e 2013, de uma força de paz, liderada pelas Nações Unidas.
Tumultos eclodiram no distrito chinês de Honiara durante as eleições legislativas de 2006, após rumores de que empresas próximas de Pequim teriam corrompido a votação.
Leia Também: Ilhas Salomão vivem terceiro dia consecutivo de tumultos