O mais recente anúncio de Moscovo ocorre após a imprensa norte-americana ter publicado notícias de que a República Popular da China testou um míssil hipersónico capaz de lançar um projétil em voo, uma tecnologia que nem os Estados Unidos nem a Rússia detêm neste momento.
As Forças Armadas russas afirmaram, através de um comunicado, terem efetuado o disparo do míssil Zircon a partir da fragata Almirante Gorchokov para um alvo situado no Mar Branco, no Ártico.
O disparo foi bem sucedido, segundo as autoridades militares russas, acrescentando que o alvo se situava a 400 quilómetros de distância.
As imagens noturnas difundidas pelo Ministério da Defesa mostram o momento em que o projétil instalado a bordo do navio de guerra é disparado, sendo visível um clarão e um rasto de fumo.
O primeiro disparo oficial de um míssil Zircon ocorreu em outubro de 2020.
Na altura, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou tratar-se de "um grande acontecimento".
Outros disparos do mesmo tipo de arma foram realizados, a partir do mesmo navio e também de um submarino.
O último disparo de um míssil Zircon ocorreu no passado dia 18 de novembro.
No contexto das tensões com os países ocidentais, em particular com os Estados Unidos, a Rússia tem multiplicado os anúncios sobre o uso de novas armas e ensaios com novos dispositivos bélicos que Putin considera "invencíveis" como o míssil Zircon.
Com um alcance máximo de mil quilómetros, o Zircon deve vir a fazer parte do armamento dos navios de guerra, incluindo submarinos, da Armada russa.
Os primeiros mísseis hipersónicos de nova geração Avangard são capazes de atingir a velocidade Mach 27 (o que corresponde a 27 vezes a velocidade do som), além de terem capacidade para mudança de rumo e altitude, encontrando-se ao serviço da Armada russa desde 2019.
Paralelamente, a Rússia procura também desenvolver armas capazes de serem utilizadas no espaço.
Recentemente, Moscovo reconheceu ter destruído um antigo satélite soviético em órbita com o uso de uma nova arma espacial, manobra que provocou fortes críticas por parte dos países ocidentais que acusaram a Rússia de ter colocado em perigo a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
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