"Foram enviadas mensagens firmes à Rússia sobre as consequências estratégicas e massivas de um novo ataque à integridade territorial da Ucrânia", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da França.
A presidência russa, por seu lado, sublinhou hoje que o país tem o direito de se defender, reagindo a uma reunião realizada na terça-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na qual foi avisado de que a NATO está atenta e pronta para intervir na tensão entre Moscovo e Ucrânia.
Biden advertiu o seu homólogo russo contra qualquer ofensiva militar visando o seu adversário ucraniano, prometendo "fortes sanções" se necessário.
"A Rússia segue uma política externa de paz, mas tem o direito de proteger a sua segurança", afirmou Putin em conferência de imprensa, hoje realizada, na qual considerou que deixar a NATO aproximar-se das suas fronteiras sem reagir seria "criminoso".
Apesar de ter considerado que a sua conversa com Biden "foi construtiva, Putin admitiu que o apoio da Aliança Atlântica a Kiev e às ambições ucranianas de ingressar na organização aumentam o risco de confronto militar na região e constituem uma ameaça à segurança da Rússia.
O diálogo entre Putin e Biden foi considerado "positivo" pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que afirmou hoje considerar "uma vitória que os Estados Unidos apoiem a Ucrânia, a sua soberania e independência".
Os países ocidentais e Kiev acusam Moscovo de ter reunido dezenas de milhares de soldados e tanques nas fronteiras da Ucrânia em antecipação a uma invasão iminente, o que a Rússia nega.
A Ucrânia está dilacerada desde 2014 por uma guerra entre Kiev e separatistas no leste do país, que provocou mais de 13.000 mortos e eclodiu após a anexação da península da Crimeia por Moscovo.
Apesar da conversa entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, a situação parece continuar a agravar-se, tendo a Rússia anunciado que lançou aviões militares para "intercetar e escoltar" três aviões franceses que voavam hoje perto das suas fronteiras no Mar Negro.
Os caças Su-27 russos "escoltaram sobre o Mar Negro" os aviões franceses, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado, acrescentando que, depois de ter "evitado uma violação da fronteira", os caças russos voltaram à sua base.
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