Condenados pela morte de cerca de 50 manifestantes em Uganda

Dois membros das forças de segurança ugandesas foram condenados pelo envolvimento na morte de cerca de 50 pessoas, em novembro de 2020, que se manifestavam contra a detenção do opositor Bobi Wine, declarou hoje uma porta-voz do exército.

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© Dimitrios Kambouris/Getty Images

Lusa
09/12/2021 17:41 ‧ 09/12/2021 por Lusa

Mundo

Uganda

As condenações ocorrem poucos dias depois de os Estados Unidos da América (EUA) terem anunciado sanções contra o chefe dos serviços secretos militares do Uganda, por suspeita de graves violações dos direitos humanos.

Os dois arguidos, um soldado e um membro de uma unidade de defesa local, foram condenados a prisão perpétua e a 35 anos de prisão, respetivamente, pelo "assassinato de três civis", anunciou à agência de notícias AFP a porta-voz, Flavia Byekwaso. 

"A sua sentença (...) está em conformidade com a diretiva do Presidente de responsabilizar pessoalmente os envolvidos no assassinato de pessoas durante os motins de novembro de 2020, para que as famílias afetadas obtenham justiça", acrescentou.

Os dois condenados, que se declararam culpados, têm 14 dias para recorrer, explicou.

A porta-voz disse que a condenação não estava "relacionada" com as recentes sanções dos EUA.

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou, na terça-feira, sanções contra o chefe dos serviços secretos militares, o major general Abel Kandiho, pelo seu alegado envolvimento, e do seu pessoal, em graves violações dos direitos humanos, incluindo espancamentos, agressões sexuais e eletrocussão.

O exército ugandês declarou estar "desapontado" com esta atitude.

Em novembro de 2020, pelo menos 56 pessoas foram mortas a tiro enquanto protestavam contra mais uma detenção de Bobi Wine, o principal opositor político do Presidente, Yoweri Museveni, que iria enfrentá-lo nas urnas algumas semanas mais tarde.

Em janeiro de 2021, Museveni foi reeleito após um dos ciclos eleitorais mais sangrentos da história recente do Uganda.

Em agosto, o chefe de Estado repreendeu o exército e a polícia pela sua brutalidade, apontando a "indisciplina" e a "preguiça" das forças de segurança como a causa dos incidentes que levaram à morte de civis.

Leia Também: Duas explosões sentidas na capital do Uganda uma junto ao Parlamento

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