Autoridade Palestiniana denuncia avanços israelitas na Cisjordânia

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana (AP), Varsen Aghabekian Shahin, denunciou hoje os avanços das forças israelitas na Cisjordânia ocupada, perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

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Lusa
25/02/2025 18:04 ‧ há 3 horas por Lusa

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Médio Oriente

"Na Cisjordânia, os assassínios sistemáticos e as detenções arbitrárias continuam. A colonização está a aumentar e continua a destruir o pouco que resta do território palestiniano, com ataques dos ocupantes contra cidadãos inocentes", afirmou a ministra de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos Expatriados Palestinianos durante o encontro de alto nível do Conselho da ONU desta semana.

 

Simultaneamente, Shahin frisou que "mais de 40.000 palestinianos foram deslocados à força para campos de refugiados" em localidades da Cisjordânia ocupada por Israel desde 1967, como Jenin e Tulkarem.

A ministra palestiniana acusou Israel de "exacerbar a judaização" e de visar os locais sagrados de Jerusalém, onde os palestinianos "não têm acesso às suas mesquitas e igrejas".

Na Faixa de Gaza, recordou Shahin, foram feridas ou mortas cerca de 180.000 pessoas, a maioria das quais mulheres e crianças, e dois milhões de palestinianos foram forçados a abandonar as suas casas, vivendo atualmente "em risco de fome, doença e morte sob o peso da ocupação, com hospitais e escolas destruídos".

"A lista de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade perpetrados ao longo de 58 anos está a agravar-se na ausência de qualquer responsabilização. Rejeitamos e condenamos categoricamente qualquer tentativa de deslocar o nosso povo e de jogar com o seu destino", acrescentou a ministra palestiniana.

Shahin rejeitou igualmente as tentativas de encerrar as atividades da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA) e agradeceu "aos Estados que enfrentaram corajosamente a máquina de destruição com uma posição moral e jurídica clara, condenando os crimes contra as mulheres e as crianças".

"É preciso fazer justiça às crianças desmembradas, às mulheres assassinadas, às famílias apagadas. O Estado palestiniano exige que o direito internacional seja respeitado e que trabalhemos com as instituições internacionais para alcançar a paz e a justiça", concluiu a ministra.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas ao sul de Israel em 07 de outubro de 2023, provocando a morte de cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, a maioria dos quais civis.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 48 mil mortos, igualmente na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e um desastre humanitário.

A violência na Cisjordânia já causou a morte de pelo menos 900 palestinianos pelo exército israelita ou por colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano.

De acordo com dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a operação israelita em Jenin, nos campos de refugiados de Tulkarem e Nur Shams, em Faraa e na cidade de Tamun (todos no norte da Cisjordânia) provocou a morte de pelo menos 51 pessoas, sete das quais crianças.

Leia Também: Responsável da ONU admite possível "última oportunidade" para 2 Estados

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