Starmer e Macron apontam a Trump que Kyiv "deve estar nas negociações"

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, elogiaram esta terça-feira a "liderança" do Presidente norte-americano, Donald Trump, na busca de "paz duradoura" na Ucrânia, ressalvando que este país "deve estar no centro" das negociações.

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© Umit Donmez /Anadolu via Getty Images

Lusa
25/02/2025 20:39 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Segundo o gabinete do chefe de governo britânico, Starmer e Macron concordaram, numa conversa telefónica esta tarde, ser favorável "a liderança do Presidente Trump no trabalho em prol de uma paz duradoura na Ucrânia".

 

"Ambos reiteraram que a Ucrânia deve estar no centro de quaisquer negociações, e o Reino Unido e a Europa estão prontos para fazer a sua parte", refere ainda o comunicado de Downing Street.

Starmer estará nos Estados Unidos quinta-feira para uma reunião bilateral com Trump, com quem irá discutir a iniciativa para a paz na Ucrânia e o aumento dos gastos com defesa.

Enquanto decorrem contactos diretos entre Washington e Moscovo sobre um acordo de paz na Ucrânia, excluindo o bloco europeu e Kiev, Macron e Trump encontraram-se em Washington, D.C. na segunda-feira, dia do terceiro aniversário do início da invasão russa da Ucrânia.

No final, Trump defendeu a política de conciliação em relação ao Presidente russo, Vladimir Putin, que seguiu nas últimas semanas.

"A minha administração está a romper completamente com os valores de política externa da administração anterior e, francamente, do passado. Fiz campanha contra um regime de política externa muito estúpido", disse o Presidente dos EUA.

Macron admitiu que Trump tinha "boas razões" para "retomar o diálogo com o Presidente Putin".

O Presidente francês enfatizou que alcançar a paz não deve significar a "rendição" da Ucrânia, mas sim permitir a soberania daquele país.

Também hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, fez um balanço positivo do encontro entre os dois Presidentes e celebrou particularmente a promessa de Trump de receber na Casa Branca o líder ucraniano Volodymyr Zelensky.

Para Barrot, que também esteve presente na Casa Branca na segunda-feira, o encontro entre Trump e Macron foi um "ponto de viragem" com "inúmeros resultados satisfatórios".

"Ao criar uma forma de incerteza em relação a Vladimir Putin, Donald Trump pode efetivamente induzi-lo a fazer concessões", disse o ministro em entrevista ao canal de televisão BFM.

O anúncio da visita de Zelensky à Casa Branca surge no meio de escalada de tensão entre Kiev e Washington e depois de o Presidente norte-americano ter chamado Zelensky de "ditador não eleito".

Questionado sobre se também chamaria o Presidente russo, Vladimir Putin, de ditador, Trump respondeu na segunda-feira que não usa essas palavras com ligeireza.

Barrot expressou ainda otimismo de que uma trégua na Ucrânia seria possível num futuro próximo, permitindo negociar um acordo, mas lembrou as linhas vermelhas traçadas pelos europeus, sobretudo que a paz deve ser "sólida e duradoura".

"Já tentamos alcançar a paz na Ucrânia há dez anos. Não a alcançámos com um cessar-fogo, porque a Rússia o violou vinte vezes antes de lançar a sua invasão", enfatizou.

Apesar do tom cordial do encontro entre os dois Presidentes, ambos tiveram um pequeno desentendimento no final do encontro quando Trump disse que a Europa dá à Ucrânia a sua ajuda sob a forma de "empréstimos" que são depois recuperados.

Macron, depois de lhe tocar levemente no braço, respondeu: "Na verdade, para ser franco, pagámos 60%. Pagámos 60% da dívida total".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: "Se fosse primeiro-ministro claro que estaria em Kyiv"

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