"Espírito universal, o arcebispo Tutu encontrou as suas raízes na luta pela liberdade e justiça no seu próprio país. Mas também se preocupou com a injustiça, onde quer que ela se achasse", escreveu Barack Obama, também ele vencedor do prémio Nobel da Paz, na sua conta da rede social Twitter.
Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o regime de segregação racista do Apartheid, morreu hoje aos 90 anos, anunciou o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O arcebispo anglicano estava debilitado há vários meses, durante os quais não falou em público, mas ainda cumprimentava os jornalistas que acompanhavam cada uma das suas saídas recentes, como quando foi tomar a sua vacina contra a covid-19 num hospital ou quando celebrou os seus 90 anos em outubro.
Desmond Tutu ganhou notoriedade durante as piores horas do regime racista na África do Sul, quando organizava marchas pacíficas contra a segregação, enquanto sacerdote, pedindo sanções internacionais contra o regime branco em Pretória.
Com o advento da democracia, 10 anos depois, o homem que deu à África do Sul o nome de "nação arco-íris" presidiu à Comissão de Verdade e Reconciliação criada com o objetivo de virar a página sobre o ódio racial, mas as suas esperanças foram rapidamente frustradas. A maioria negra adquiriu o direito de voto, mas continua em grande parte pobre.
Depois do combate ao apartheid, Tutu empenhou-se na reconciliação do seu país e na defesa dos direitos humanos.
Contra a hierarquia da igreja anglicana, defendeu os homossexuais e o direito ao aborto, tendo nos últimos anos aberto como nova frente de combate o direito ao suicídio assistido.
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