Donald Trump afirmou que cinco mil pessoas mortas votaram na Geórgia nas eleições de 2020, que perdeu para Joe Biden. Trump insistiu durante meses que houve fraude eleitoral – uma teoria que nunca foi comprovada – e este foi um dos argumentos a que recorreu para tentar inverter o desfecho da contagem dos votos na Geórgia, um dos estados decisivos.
De acordo com o Atlanta Journal-Constitution, esta segunda-feira responsáveis do estado da Geórgia confirmaram quatro casos de pessoas mortas que votaram nas eleições de 2020.
Todos esses casos envolveram familiares que submeteram votos em nome das pessoas que morreram. Neste tipo de situações o estado pode aplicar multas.
Um dos casos destacados no Atlanta Journal-Constitution é o de uma mulher que votou por correspondência em nome do marido que tinha morrido em setembro, dois meses antes do dia das eleições.
O advogado da viúva de 74 anos contou aos responsáveis estaduais que o homem ia votar em Trump. A mulher disse-lhe “vou cancelar o teu voto porque vou votar nos democratas”. O advogado explicou que era uma piada entre o casal e que quando a mulher votou por correspondência respeitou o desejo do marido.
A afirmação de que cinco mil pessoas mortas votaram na Geórgia foi feita por Trump durante uma infame chamada para Brad Raffensperger, o secretário de estado da Geórgia. Nessa chamada, o antigo presidente pressionou Raffenserperger a “descobrir” votos suficientes para lhe dar a vitória na Geórgia.
“Pessoas mortas. Pessoas mortas votaram e penso que o número aproxima-se das cinco mil. E eles foram a obituários. Eles recorreram a todo o tipo de métodos para arranjarem um número preciso, e o mínimo está próximo de cerca de cinco mil eleitores”, apontou na altura Donald Trump.
O antigo presidente sublinhou que o mesmo tinha acontecido no Michigan, onde um “tremendo número de mortos votou. “Penso que foram… 18 mil. Um número inacreditavelmente elevado, muito mais do que no seu estado”, referiu durante a conversa com Brad Raffensperger.
Trump perdeu para Biden na Geórgia por uma diferença de quase 12 mil votos. Mesmo que tivesse vencido neste estado isso não seria suficiente para evitar a derrota nos votos do Colégio Eleitoral, que foram favoráveis ao democrata por 306-232.
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