Julgada por permitir que filho fosse criança soldado do Estado Islâmico

Uma mulher vai ser julgada na Suécia por crime de guerra agravado e violação do direito internacional por permitir que o filho se tornasse uma criança soldado do grupo 'jihadista' Estado Islâmico na Síria, anunciou hoje a procuradoria-geral.

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Lusa
04/01/2022 16:16 ‧ 04/01/2022 por Lusa

Mundo

Suécia

A mulher, de 49 anos, cuja nacionalidade não foi revelada, chegou à Síria em 2013 e é acusada de ter permitido o recrutamento do filho, então com 12 anos, e que fosse transformado numa criança soldado.

Esta é a primeira ação judicial no país por crimes de guerra associados ao uso de uma criança soldado, avançou a procuradoria sueca.

A acusada "é suspeita de ter conseguido que o seu filho fosse recrutado e usado continuamente na Síria entre 01 de agosto de 2013 e 27 de maio de 2016, quando tinha 15 anos, para participar diretamente nas hostilidades lideradas por grupos armados, incluindo a organização terrorista Estado Islâmico", explicou a procuradoria num comunicado.

A criança morreu em 2017 em circunstâncias não especificadas.

Segundo a investigação, "durante o período em que viveu em casa, o filho foi educado e treinado para participar nas hostilidades, foi equipado com material militar e armas militares e foi utilizado em combate e para propaganda e outras missões no âmbito da guerra", adiantou a procuradora sueca Reena Devgun.

A mulher, que voltou à Suécia em 2020, nega as acusações, segundo a imprensa local, que adianta que quando partiu para a Síria a acusada levou os seus cinco filhos.

A Suécia foi um dos maiores exportadores per capita de extremistas da Europa para as fileiras dos grupos 'jihadistas' que lutaram na Síria e no Iraque.

De acordo com os serviços secretos suecos, mais de 300 pessoas saíram do país desde 2012 para ir para a Síria e para o Iraque lutar pelo grupo radical Estado Islâmico.

Leia Também: Acordo fiscal entre Portugal e Suécia chega hoje ao fim

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